Explore o icônico do Terminal da TWA, obra-prima de engenharia que influenciou gerações

Terminal da TWATerminal da TWA

Na primeira metade do século XX, um famoso arquiteto fino-americano encantou o mundo com seus projetos. Estamos falando de Eero Saarinen, formado pela Universidade de Yale. O profissional chegou a fazer sociedade com outro nome de peso do design, Charles Eames, desenvolvendo uma série de móveis bastante vanguardistas e premiados.

Mas neste texto queremos compartilhar com você a história de um de seus projetos na área de engenharia civil, que é o icônico Terminal da TWA ( Trans World Airlines) no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. Construído nos primórdios da aviação comercial. Esta obra é símbolo das rápidas transformações tecnológicas impulsionadas, em grande parte, pela Segunda Guerra Mundial. Aliás, mais importante que isso, essa é uma das estruturas em concreto mais complexas e lindas do mundo, um dos projetos arquitetônicos mais modernos. Confira outros detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Terminal da TWA
Imagem de Acroterion em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/File:TWA_Flight_Center_2015_NY2.jpg

A história do Terminal da TWA 

Na década de 1950, a Trans World Airlines trabalhava para expandir sua frota comercial, criando planos de descontos e pagamentos estendidos com foco na classe média norte-americana. Em quantas viagens aéreas entraram em ascensão, o Port of New York Authority instituiu um plano para expandir o aeroporto JFK – na época chamado de Aeroporto Idlewild -, até então ocioso. Este foi o primeiro de uma série de terminais diferenciados e descentralizados no anel viário, projetado por diversos arquitetos.

Esta obra-prima de Eero em concreto acabou por se tornar a nova peça decorativa do aeroporto pelos anos seguintes. Segundo o próprio autor, esse era para ser um “local de movimento”. Já para os investidores, de “publicidade, publicidade e publicidade”. De fato, o arquiteto tomou a ênfase da companhia aérea na atenção do público desde o início, em um terreno da estrada de acesso principal do aeroporto. 

Terminal da TWA
Imagem de Warren LeMay em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/TWA_Hotel#/media/
File:TWA_Flight_Center,_John_F._Kennedy_International_Airport,_Jamaica,_
Queens,_New_York_City,_NY_(48589234017).jpg

Implantação e estudo volumétrico

Com o terreno escolhido, Eero Saarinen começou a desenvolver o projeto do Terminal da TWA. Como arranjo volumétrico, ele optou por uma simetria de quatro segmentos curvos de cobertura com cascas de concreto. Aliás, vale destacar que essas curvas são sem emendas dos pilares que a sustentam. Suas separação na cobertura é feita por estreitas claraboias.

Terminal da TWA
Imagem reproduzida de Archdaily
Terminal da TWA
Imagem reproduzida de Archdaily

Qualquer semelhança com uma concha é só mera coincidência. Na verdade, esses quatro arcos de barris – este é o nome oficial – formam um grande guarda-chuva sobre as áreas de passageiros. A conclusão dessa obra foi em 1962. O interessante é que um ano depois Eero deu uma entrevista associando o seu trabalho aos dos designers barrocos, que “estavam tentando ver aonde podiam chegar numa arquitetura não estática”. Autores recentes associam essa construção aos projetos de cenários teatrais: “Você entra e sente que está flutuando!”.

Terminal da TWA
Imagem reproduzida de História e Teoria da Arquitetura Urbanismo e Paisagismo II

Podemos fazer uma associação diferente para essas curvas dinâmicas, como se fossem asas de avião voando. Pedimos desculpas por lhe decepcionar, mas o próprio arquiteto dizia que era inspirado numa casca vazia de toranja que ele partiu ao meio e que ele abstraiu em seu desenho. Ele insistia que uma abstração da ideia era o voo em si.

Interiores

Parece que a fluidez do exterior deste terminal foi levada também para os interiores. A abóbada de cobertura permitiu a criação de um layout interno espaçoso, praticamente sem limitações espaciais. Como afirmou certa vez Saarinen, um “ambiente total”, onde as curvas  podem ser percebidas das estruturas ao mobiliário (plástico) – mesmo “mundo das formas”.

Terminal da TWA
Imagem reproduzida de museume.org
Terminal da TWA
Imagem de Wallyg, Flickr, reproduzida de CAP Talk

Tudo foi cuidadosamente tratado pensando na experiência do usuário. O TWA ficou como um grande abrigo dinâmico. Destaque para as inúmeras rampas curvilíneas e patamares, corredores tubulares de chegada e partida ligeiramente arqueados para reforçar a experiência de viagem nos passageiros. Saarinen parece ter seguido claramente uma linha mais futurista.

O acesso principal se dá por uma marquise em balanço, progredindo para os guichês. Uma área de espera afundada oferece visão das operações do aeroporto através de uma pele de vidro.

Terminal da TWA
Imagem de Richard Kwabena Slote em Wikipédia – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:TWA_Terminal_at_Kennedy_Airport.jpg

Estrutura

Sem dúvidas, o design de Eero Saarinen para o Terminal da TWA Flight Center foi inovadora para a época, e até hoje influencia a engenharia. Ele não apenas incorpora materiais modernos como o concreto, mas também implementa uma estética radical para um período da história ainda tentando se desvencilhar das amarras de um passado classista.

Terminal da TWA
Imagem de Balthazar Korab em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/TWA_Flight_Center#/media/File:Trans_World_Airlines_Terminal,_
John_F._Kennedy_(originally_Idlewild)_Airport,_New_York,_New_York,_1956-62._Construction_krb_00588.jpg

O maior desafio desta obra foi mesmo moldar essa estrutura em forma de asa em concreto armado apoiada por quatro pilares em forma de Y. As grandes abóbadas são suportadas por apenas dois pontos, entre os quais aparecem então os rasgos de entrada de luz (clareza estrutural). Já os grandes painéis de vidro sob essa estrutura são suportados com aço e apresentam uma cor púrpura. Essas paredes de vidros são inclinadas ao exterior como se pretendesse que os espectadores a imaginassem estar olhando para fora de um avião.

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Fontes: Tudo Sobre Arquitetura (Richard Rogers e Philip Gumuchdjian, Editora Denna Jones, Rio de Janeiro), Archdaily.

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