Dia Nacional do Braille reforça importância do sistema para inclusão no PI: ‘tem transformado a minha vida’, diz professora cega


Sistema Braille começou como aparato miliar e hoje transforma vida de pessoas cegas e com baixa visão. Reglete e punção e a impressora Braille, respectivamente, utilizados na educaçãoaprendizagem em Braille.
Aristóteles Lima / Acervo Pessoal
Nesta terça-feira (8), é comemorado o Dia Nacional do Sistema Braille, ferramenta de escrita tátil utilizada na educação de pessoas cegas ou com baixa visão. O g1 preparou uma reportagem para destacar características do sistema de leitura e os impactos dele para a inclusão social e educacional no Piauí.
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Em entrevista, o mestre em deficiência visual, professor Aristóteles Mendes Lima, explicou que o Sistema Braille utiliza combinações de pontos em relevo para formar letras, números e símbolos, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão tenham acesso à leitura e escrita. Segundo ele, o tempo de aprendizagem muda de pessoa para pessoa, mas dura em média de 6 meses a 1 ano.
“Tem uma diferença de ensino entre pessoas que enxergam e com deficiências visuais. A pessoa que enxerga lê com os olhos e o cego com o tato, então tem o preparo do tato para a leitura em Braille. Esse sistema tem normas a serem seguidas, como a grafia Braille para a língua portuguesa, código matemático unificado, código de química, código de informática e estonografia Braille (Braille abreviado)”, esclareceu Aristóteles Lima.
No Piauí, o Braille faz história
Entre as instituições que educam por meio do Braille no Piauí, está o Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP) de Teresina.
Para a estudante e professora de inglês Lindalva Alves, a aprendizagem do Sistema Braille contribuiu para o enfrentamento dos desafios diários.
“Há muito tempo eu aprendi o Braille, eu era uma pessoa com baixa visão, eu continuava lendo em tinta. Mas somente após perder a visão por total é que senti a necessidade de praticar. Hoje posso ler poesias que eu gosto, aprender sobre políticas públicas, que acho importante. Onde chego que tem material em Braile, eu leio. E isso tem transformado a minha vida”, relatou Lindalva.
Quando surgiu?
O que conhecemos hoje do sistema Braile foi inicialmente construído como um código militar desenvolvido por Charles Barbier, na França, chamada de escrita noturna com pontos e traços em relevo impressos também em papelão. Essa escrita tinha a função enviar ordens cifradas a sentinelas em postos avançados, que decodificariam a mensagem até no escuro.
Mais tarde, em 1824, Louis Braille, estudante prodígio que ficou cego aos 5 anos, aperfeiçoou o método de comunicação criado pelo oficial francês, criando sistemas Braille que conhecemos hoje. Ele utilizou as combinações de seis pontos em relevo, permitindo a criação, no caso, de 63 símbolos diferentes para poder apresentar letras, números e até notas musicais.
Sistema Braile
Aristóteles Lima / Acervo Pessoal
*Caroline Rosário, estagiária sob supervisão de Ilanna Serena.
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