Redução estrutural do crescimento de gastos públicos pode induzir crescimento econômico no médio prazo, diz Banco Central

O Banco Central avaliou nesta terça-feira (12) que uma redução no ritmo de crescimento dos gastos públicos, principalmente de “forma mais estrutural” (com corte de gastos permanentes), pode ser um indutor do crescimento econômico da economia brasileira no médio prazo.
Isso aconteceria por meio de seu “impacto nas condições financeiras, no prêmio de risco e na melhor alocação de recursos”. A lógica é que, com menor risco de alta do endividamento público, segundo o BC, as taxas de juros bancárias poderiam ser mais baixas, privilegiando empréstimos ao consumo e ao setor produtivo (investimentos).
A análise consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, realizada na semana passada. Na ocasião, a taxa básica de juros da economia brasileira foi elevada em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano.
A execução da política fiscal, ou seja, relativa às contas públicas, é de responsabilidade do governo federal, especificamente do Ministério da Fazenda e do Planejamento. O BC, por sua vez, tem por foco principal a política monetária, ou seja, a fixação da taxa de juros para atingir as metas de inflação.
O recado do Banco Central é divulgado em um momento no qual o governo debate internamente, com os ministérios, uma redução dos gastos públicos. O objetivo é manter operante o chamado arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas, e assim, evitar um descontrole fiscal e um crescimento maior do endividamento — que poderia pressionar para cima, ainda mais, a taxa de juros.
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