Pressão inflacionária persiste: IPCA de março tem alta de 0,56% em março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,56% em março, segundo dados do IBGE. Embora o resultado represente uma desaceleração em relação a fevereiro (1,31%), ainda é o maior avanço para o mês desde 2003. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 5,48%, acima dos 5,06% observados no período anterior, mantendo as preocupações sobre o controle da alta dos preços no país.

IPCA: alimentos continuam puxando a inflação

O grupo Alimentação e bebidas foi o grande responsável pela alta do IPCA, com avanço de 1,17% em março. Produtos como o tomate (+22,55%), ovo de galinha (+13,13%) e café moído (+8,14%) tiveram forte pressão nos preços. A alimentação fora de casa também pesou no bolso dos consumidores, com aumento na refeição (+0,86%) e no cafezinho (+3,48%), ampliando o impacto do setor no índice geral.

Transportes e despesas pessoais pressionam IPCA

Além dos alimentos, o grupo Transportes registrou alta de 0,46%, com destaque para o aumento das passagens aéreas (+6,91%) e dos combustíveis (+0,46%). O grupo Despesas pessoais avançou 0,70%, puxado por itens de lazer como cinema e teatro (+7,76%). Por outro lado, a energia elétrica, que havia registrado forte alta em fevereiro, desacelerou para 0,12%, ajudando a conter uma pressão maior sobre o índice.

INPC também sobe, com destaque regional para Curitiba

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que reflete o impacto da inflação nas famílias de menor renda, subiu 0,51% em março e acumula alta de 5,20% em 12 meses. Regionalmente, Curitiba apresentou a maior variação (+0,79%), influenciada pelo aumento da gasolina. Em Brasília, as reduções nas tarifas do transporte urbano resultaram em queda de 0,33% no indicador local.

Para além dos números

O economista Leonardo Costa, da ASA Investimentos, avaliou que o resultado do IPCA de março reforça a preocupação com a persistência inflacionária, especialmente nos núcleos. “O qualitativo do IPCA de março foi pior que o registrado pelo IPCA-15, efeito da reaceleração dos bens industrializados de uma leitura para outra, com o núcleo desse grupo voltando a acelerar após algumas surpresas baixista.”, afirmou. O economista destacou que na mesma comparação o núcleo de serviços teve relativa estabilidade, com o nível se mantendo elevado.

O IPCA de março seguiu indicando a resistência dos núcleos de inflação em patamar elevado, com especial destaque para o grupo de serviços” avaliou.

Para ele, há expectativa de desaceleração dos núcleos de inflação ao longo do segundo trimestre. “A inflação de alimentos arrefeceu no começo deste ano, o que deve ajudar a aliviar a inflação dos serviços de alimentação” destaca. “Nos bens industrializados, expectativa de taxas mensais pouco menores no curto prazo, efeito da desaceleração nos núcleos dos IGPs.” finaliza.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também observa que o patamar atual da inflação continua elevado e deve permanecer pressionado ao longo de 2025, mesmo com a expectativa de algum alívio a partir de abril. “Minha projeção para o IPCA no ano está em 5,5%. Ainda vemos pressões importantes, como o caso dos ovos, que registraram um aumento expressivo nas importações dos Estados Unidos, com alta de 346% na comparação de março de 2025 com o mesmo mês do ano anterior“, destacou.

Segundo ele, a trajetória da inflação ainda depende de fatores externos, como o câmbio, que se aliviando permitiria à Petrobras reduzir os preços dos combustíveis, ajudando no controle inflacionário.

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