PSOL aciona a Anatel para impedir expansão da Starlink de Elon Musk no Brasil

Você já parou para pensar no impacto que a internet, algo tão presente no nosso dia a dia, pode ter na política e na soberania de um país? Pois é exatamente isso que está em xeque no Brasil, onde o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) entrou com um pedido na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) contra a expansão da Starlink, a empresa de internet via satélite de Elon Musk.

A disputa, que mistura tecnologia, poder e interesses nacionais, está dando o que falar. Vamos entender melhor o que está acontecendo.

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O que aconteceu?

Starlink

Recentemente, a Anatel deu um passo importante ao autorizar a expansão da operação da Starlink no Brasil. A empresa, que já operava com cerca de 4,4 mil satélites de órbita baixa, agora pode contar com até 11,9 mil satélites no espaço aéreo brasileiro. Além disso, a agência liberou o uso de novas frequências, incluindo a banda E, que estreia no país, e estendeu a permissão para essas operações até março de 2027.

Para quem não está familiarizado, a Starlink é uma iniciativa da SpaceX, de Elon Musk, que busca oferecer internet de alta velocidade em áreas remotas e de difícil acesso, usando uma constelação de satélites. No Brasil, onde muitas regiões ainda sofrem com a falta de conectividade, a proposta da empresa parece, à primeira vista, uma solução promissora. Mas nem todo mundo está vendo isso com bons olhos.

Por que o PSOL está contra?

O PSOL entrou com um pedido formal na Anatel questionando a decisão. Segundo o partido, a ampliação da operação da Starlink pode representar riscos sérios para o Brasil. Entre as preocupações levantadas, estão:

  • Soberania nacional: O PSOL argumenta que permitir que uma empresa estrangeira, como a Starlink, controle uma infraestrutura tão grande no espaço aéreo brasileiro pode comprometer a independência do país em questões estratégicas.
  • Segurança de dados: Com milhares de satélites transmitindo dados, há temores sobre como as informações dos brasileiros serão tratadas, armazenadas e protegidas.
  • Concorrência no mercado: A expansão da Starlink poderia, na visão do partido, sufocar empresas nacionais de telecomunicações, criando um desequilíbrio no setor.

A deputada federal Sâmia Bomfim, uma das vozes mais ativas do PSOL, foi direta ao criticar a decisão da Anatel. Ela apontou que a aprovação parece ter sido feita sem a devida análise técnica e jurídica, o que, para o partido, vai contra princípios constitucionais. Sâmia também exigiu que a Anatel forneça detalhes sobre a cobertura territorial da Starlink no Brasil e como a agência está fiscalizando as operações da empresa.

O que está em jogo?

Starlink

 

A disputa entre o PSOL e a Starlink vai muito além de uma simples autorização regulatória. Ela levanta questões cruciais sobre o futuro da infraestrutura digital no Brasil e no mundo. Quem deve controlar as redes que conectam milhões de pessoas? Como equilibrar os benefícios de uma tecnologia revolucionária, como a internet via satélite, com a necessidade de proteger a privacidade e a soberania nacional?

A Starlink promete levar conectividade a áreas remotas do Brasil, beneficiando comunidades, escolas e negócios em regiões isoladas. No entanto, os riscos de concentração de poder nas mãos de uma empresa estrangeira e a possível fragilidade na segurança de dados acendem um alerta sobre os custos dessa inovação.

Essa história está longe de acabar, e o desfecho pode definir não só o futuro da Starlink no Brasil, mas também como o país vai equilibrar inovação tecnológica, soberania e proteção aos seus cidadãos. O que você acha disso tudo? A tecnologia deve vir sem questionamentos, ou é preciso colocar limites?

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