PRIO paga US$ 3,3 bilhões por 60% de Peregrino. Mercado aplaude

A ação da PRIO sobe quase 8% hoje depois que a companhia anunciou a aquisição dos 60% restantes dos campos de Peregrino/Pitangola — numa transação que deve aumentar sua produção em 66% e foi amplamente elogiada pelo sellside.

A PRIO vai pagar US$ 3,3 bilhões pela fatia numa aquisição dividida em duas etapas.

Na primeira, a petroleira vai comprar 40% do ativo da Equinor, além de assumir a operação dos campos. Na segunda etapa, comprará os 20% restantes.

O valor está sujeito a ajustes até o closing, a depender da geração de caixa do ativo no período, o que poderá levar a uma redução de US$ 1 bi no valor final da transação, levando a PRIO a um desembolso total de US$ 2,3 bilhões.

O Citi disse que o valor pago “não é uma barganha”, mas que o movimento é positivo para a tese de investimento e foi uma surpresa, já que a expectativa era que a PRIO só fizesse essa aquisição em 2026, depois do início operacional do FPSO Bacalhau.

“Na nossa visão, a aquisição pode adicionar R$ 2 por ação ao NAV (net asset value), e se a Prio for capaz de reduzir o opex, o NAV incremental pode subir para R$ 5/ação,” escreveu o analista Gabriel Barra.

A PRIO disse que estima reduzir o opex dos ativos dos atuais US$ 550 milhões para algo entre R$ 250 a 270 milhões, se aproveitando das sinergias dos campos que ela já opera na região e com a implementação de medidas de ganho de eficiência.

A transação deve aumentar a produção da PRIO em 58 mil barris por dia, um incremento de 66% em relação à produção diária média da companhia no quarto trimestre, de 87 mil barris/dia.

Já as reservas vão aumentar em 202 milhões de barris.

Para o BTG, o valor pago pode parecer alto à primeira vista, ainda mais se comparado com o valor que a PRIO pagou pela Sinochem em setembro.

“Mas essa comparação é equivocada. Ajustando pela performance do ativo, estimamos que a Prio pagou um múltiplo de 3,5x EV/EBITDA, assumindo um preço do Brent de US$ 60/bbl, um desconto em relação ao múltiplo que a própria PRIO negocia, de US$ 4,5x”.

Para o BTG, a transação vai permitir a PRIO “continuar expandindo por meio de ganhos de eficiência em ativos maduros sem comprometer sua capacidade de geração de caixa livre — potencialmente acelerando sua transformação numa máquina de dividendos nos próximos 18 meses.”

A maior preocupação do mercado com a transação é o impacto que ela terá na alavancagem da PRIO num momento em que o preço do Brent está fraco — e há pouca visibilidade sobre uma recuperação.

A PRIO disse que espera que sua alavancagem pós-transação fique abaixo de 2x EBITDA.

Já o BTG, estima que ela suba para 2,5x EBITDA no curto prazo.

“Ainda assim, não estamos preocupados. Achamos que a alavancagem deve cair abaixo de 1,5x em 2026. Ainda mais importante, concordamos com o approach contra cíclico do managment — alavancando um balanço robusto para perseguir oportunidades de gerar valor enquanto muitos ficam de fora.”

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