Shell avalia oferta pela BP – enquanto recompra sua ação furiosamente

Uma aposta fracassada em energias renováveis e um plano de turnaround pouco ambicioso deixaram a BP exposta a ofertas de aquisição — e a Shell está sentindo o cheiro de sangue.

A Shell estuda avançar pelos negócios da concorrente, mas está aguardando novas quedas da ação da BP e dos preços do petróleo, disse a Bloomberg

Outra opção seria esperar a BP comunicar ao mercado que busca uma combinação de negócios — e aí sim atacar.

A ação da BP subiu 3,8% em Nova York hoje, enquanto a da Shell recuou 2,3%. (A Bolsa de Londres não abriu por conta de um feriado.)

Em um ano, a BP já perdeu 30% de seu valor de mercado, e hoje vale £ 56 bilhões. O papel da Shell cedeu 14% no mesmo período, e a companhia vale £ 149 bilhões na Bolsa.

O Brent recuou 27% nos últimos 12 meses, e pode continuar caindo após a Opep+ anunciar aumentos de produção em meio à guerra tarifária iniciada pelo Governo Trump.

Uma possível compra da BP serviria para aumentar a produção da Shell e sua exposição ao mercado americano, aproximando-a das concorrentes americanas Chevron e ExxonMobil.

Para efeito de comparação, a Chevron vale US$ 237 bilhões na Bolsa, enquanto a Exxon tem um market cap de US$ 447 bilhões.

Para a BP, o negócio seria uma solução rápida num momento em que o preço do petróleo afunda e os resultados devem continuar estressados. A empresa está sob pressão desde que sua aposta em renováveis fracassou e o turnaround subsequente não agradou os investidores. 

O Elliott Investment Management, o fundo ativista que tem uma participação de 5% na BP, está pedindo à empresa que considere medidas mais ousadas para não ficar exposta a uma oferta de aquisição, disse a Bloomberg.

Publicamente, a Shell nega que o negócio esteja em sua lista de prioridades, e afirma que quer continuar cortando custos.

Recomprar as ações da empresa parece ser a estratégia mais acertada no momento, o CEO Wael Sawan disse ao Financial Times. A empresa será prudente na busca por oportunidades inorgânicas e “o sarrafo é alto,” disse Wael.

Na sexta-feira, após anunciar um lucro ajustado de US$ 5,6 bilhões no primeiro tri, a Shell anunciou US$ 3,5 bilhões em recompras — o décimo quarto tri consecutivo com pelo menos US$ 3 bilhões investidos na redução do número de ações em circulação.

Wael disse ao FT que a Shell tem espaço para continuar pagando dividendos se o petróleo não baixar de US$ 40 o barril; e que pode recomprar até US$ 7 bilhões em ações anualmente, ainda que o petróleo recue para US$ 50.

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