Salários injustos: Por que as jogadoras de futebol ganham muito menos que os homens?

A disparidade salarial entre atletas de futebol feminino e masculino é uma questão amplamente discutida há anos. Em 2023, a FIFA divulgou dados que destacam essa diferença, revelando que jogadoras do futebol feminino recebem, em média, apenas 25 centavos para cada dólar pago aos jogadores. Essa realidade se reflete também no Brasil, onde a diferença pode ser ainda mais acentuada. Jogadoras da Seleção Brasileira, que competem em eventos de prestígio, como as Olimpíadas, ganham salários modestos comparados a atletas masculinos em níveis inferiores.

No contexto internacional, a FIFA vem tomando medidas para reduzir essa diferença. Em ocasiões passadas, Gianni Infantino, presidente da entidade, reiterou o compromisso com a igualdade de pagamentos entre as Copas do Mundo masculina e feminina nos próximos anos. Este é um exemplo significativo de como as entidades esportivas buscam oferecer condições mais equitativas para atletas de ambos os sexos. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a verdadeira equivalência, especialmente nos prêmios concedidos nas competições mundiais.

Qual É a Situação Financeira das Jogadoras Brasileiras?

O cenário salarial no futebol feminino brasileiro é desafiador. A maioria das jogadoras da Seleção Brasileira ganha, em média, entre R$ 40 mil e R$ 50 mil por mês. Em comparação, jogadores de menor expressão no futebol masculino recebem valores semelhantes, ilustrando a profunda desigualdade de remuneração que ainda persiste. Marta, estrela do futebol nacional, exemplifica esta realidade: mesmo sendo uma das atletas mais bem pagas, seu salário de aproximadamente R$ 150 mil no Orlando Pride-EUA ainda empalidece frente aos de estrelas masculinas.

Quem São as Jogadoras e seus Salários?

Uma análise dos salários das jogadoras da Seleção Brasileira oferece uma visão clara sobre essa disparidade. Marta encabeça a lista como a mais bem remunerada, seguida por outras jogadoras cujos vencimentos são significativamente menores:

  • Lorena (Grêmio) – R$ 30 mil
  • Thais (Tenerife-ESP) – R$ 22 mil
  • Lauren (Kansas City) – R$ 30 mil
  • Yasmin (Corinthians) – R$ 25 mil
  • Angelina (O. L. Reign-EUA) – R$ 40 mil
  • Ana Vitória (Atlético de Madrid-ESP) – R$ 28 mil
  • Gabi Nunes (Levante-ESP) – R$ 35 mil
  • Priscila (Internacional) – R$ 25 mil
  • Tarciane (Houston Dash-EUA) – R$ 30 mil
  • Duda Sampaio (Corinthians) – R$ 35 mil
  • Karolin (North Carolina-EUA) – R$ 60 mil
  • Jheniffer (Corinthians) – R$ 25 mil
  • Ludimila (Atlético de Madrid-ESP) – R$ 70 mil
  • Gabi Portilho (Corinthians) – R$ 32 mil
  • Vitória Yayá (Corinthians) – R$ 45 mil
  • Adriana (Orlando Pride-EUA) – R$ 50 mil
Créditos: © Lívia Villas Boas/CBF

O Que Pode Ser Feito para Atingir a Igualdade Salarial?

A busca pela equidade salarial no futebol feminino deve envolver múltiplos esforços. Além de reformas institucionais por parte da FIFA, é crucial que clubes e federações reconheçam o valor das jogadoras e ajustem suas políticas de remuneração. Investir no desenvolvimento do futebol feminino, desde a base até o profissional, é fundamental para valorizar e oferecer melhores condições para as atletas.

Além disso, a conscientização do público sobre as conquistas e desafios enfrentados pelas jogadoras pode ajudar a impulsionar mudanças culturais. Iniciativas de patrocinadores e a expansão da cobertura midiática são passos importantes para aumentar o interesse e o investimento no esporte, permitindo um avanço real rumo à igualdade no mundo do futebol.

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