Resposta à Prosus? DoorDash gasta US$ 5,1B em dois M&As

Para ser um dos maiores nomes globais do food delivery, não dá pra ficar sem investir, ainda mais enquanto a Prosus (dona do iFood), está fazendo movimentos agressivos para se fortalecer no mercado. É o caso da DoorDash, líder do segmento nos Estados Unidos, e que em 24 horas gastou mais de US$ 5 bilhões em aquisições.

A companhia anunciou na terça-feira (06) a compra da britânica Deliveroo, em um negócio avaliado em US$ 3,9 bilhões. Poucas horas depois, ela divulgou outra compra – a da SevenRooms, plataforma voltada ao setor de hospitalidade e que permite a hotéis e restaurantes gerir seus processos de marketing e reservas. Segundo o The New York Times, o deal da SevenRooms foi de US$ 1,2 bilhão.

Com a aquisição da Deliveroo, o plano da DoorDash é aumentar consideravelmente a sua presença global, especialmente na Europa. Além disso, a Deliveroo tem operações em diversos países no Oriente Médio – no total são mais de 40 países que são atendidos pelo app de delivery.

“Acreditamos que tanto a SevenRooms quanto a Deliveroo ampliarão nossa capacidade de construir serviços de classe mundial, aumentando nosso potencial de impulsionar o comércio local e apoiar nossas metas financeiras”, disse a empresa em comunicado.

Os dois M&As vieram no rastro do animador relatório de resultados da companhia no primeiro trimestre. Conforme os números divulgados pela DoorDash, a companhia manteve o ritmo de crescimento, com o primeiro trimestre de 2025 anotando 18% mais pedidos que o mesmo período no ano passado. A receita cresceu 21%, chegando aos US$ 3 bilhões, com margem de 13%.

Respondendo à Prosus?

A ida às compras da DoorDash coincide com um movimento semelhante da Prosus, grupo holandês que controla o iFood, e que realizou alguns movimentos agressivos para ganhar força no mercado de food delivery. Em fevereiro, a Prosus comprou a Just Eat por € 4,1 bilhões (o equivalente a US$ 4,3 bilhões ou R$ 24,5 bilhões).

Com a compra, a Prosus criou a quarta maior empresa online de pedido e entrega de comida, estando atrás apenas da chinesa Meituan e das americanas DoorDash e Uber Eats. Vale lembrar que a Prosus já possui 28% da alemã Delivery Hero, controladora da Glovo, além de uma participação de 4% na Meituan e 25% na indiana Swiggy.

Aliás, nos últimos dias a Prosus também fez as suas compras, mas concentrada em negócios de inteligência artificial. Na semana passada o grupo aportou US$ 7 milhões na Zapia, startup uruguaia que desenvolveu uma assistente pessoal com IA no WhatsApp, e na terça (06) ela assinou outro cheque: ela liderou uma rodada de US$ 13,5M na Luzia, startup espanhola que também tem uma assistente pessoal com inteligência artificial.

Em nota divulgada no blog da Prosus na semana passada, o CEO Fabricio Bloisi (ex-iFood), deixou bem clara a missão do grupo europeu em colocar a IA no centro de sua tese de investimentos – o plano é criar um “poderoso ecossistema” de soluções construídas em torno da inteligência artificial.

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