ONU defende que a IA impulsione o progresso humano, que está em seu nível mais baixo em 35 anos

E se progresso humano, que por décadas avançou a passos largos, começasse a desacelerar como nunca antes? Parece preocupante, né? Pois é exatamente isso que o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2025, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelou: estamos vivendo o menor avanço no desenvolvimento humano em 35 anos.

Mas, no meio dessa notícia inquietante, surge uma luz de esperança: a inteligência artificial (IA). Segundo a ONU, se usada com foco nas pessoas, a IA pode ser a chave para reacender o progresso e abrir novos caminhos. Vamos entender o que está acontecendo e como a tecnologia pode virar o jogo.

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O freio no desenvolvimento humano

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O relatório, intitulado “Uma questão de escolha: pessoas e possibilidades na era da Inteligência Artificial”, mediu o progresso humano pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que considera saúde, educação e renda. Em 2024, os números mostram uma estagnação global, com todas as regiões do mundo avançando muito pouco, ou nada. Excetuando os anos de crise de 2020 e 2021, o crescimento projetado para este ano é o mais fraco desde 1990. É como se o motor do progresso, que estava acelerando rumo a um mundo de “muito alto desenvolvimento” até 2030, tivesse perdido força.

O que está causando essa desaceleração? Pressões globais como tensões comerciais, crises de dívida e a chamada “industrialização sem empregos” estão apertando os caminhos tradicionais de desenvolvimento, especialmente em países com IDH baixo.

Para piorar, a desigualdade entre nações ricas e pobres está crescendo pela primeira vez em décadas, revertendo uma tendência de redução que parecia sólida. “Se esse ritmo lento virar o novo normal, nosso objetivo de 2030 pode atrasar por décadas”, alerta Achim Steiner, administrador do PNUD. Um mundo menos seguro, mais dividido e vulnerável a choques econômicos e ecológicos é o risco que corremos.

A esperança na Inteligência Artificial

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Diante desse cenário, a IA surge como uma possível virada de mesa. O relatório da ONU não vê a IA como uma solução mágica, mas como uma ferramenta poderosa para redesenhar o desenvolvimento, desde que usada com um olhar humano. E a boa notícia? As pessoas estão otimistas.

Uma pesquisa global incluída no relatório mostra que 60% dos entrevistados acreditam que a IA pode impactar positivamente seus empregos, criando oportunidades em profissões que talvez nem existam hoje. Apenas 13% temem perder o emprego para a automação, enquanto 70% em países de baixo e médio IDH esperam que a IA aumente sua produtividade.

Mais impressionante ainda é a democratização da IA: uma em cada cinco pessoas já usa a tecnologia, e dois terços dos entrevistados em países menos desenvolvidos planejam usá-la em educação, saúde ou trabalho no próximo ano. Isso mostra que a IA não é só coisa de nações ricas, ela está chegando a todos os cantos, e rápido. Mas, para que ninguém fique de fora, é urgente fechar as lacunas de acesso à eletricidade e à internet. E não basta ter acesso: a IA precisa ser projetada para complementar o trabalho humano, não para substituí-lo.

Três caminhos para a IA transformar o desenvolvimento

O relatório aponta três áreas cruciais onde a IA pode fazer a diferença, se guiada por políticas certas:

  1. Economia colaborativa com IA: A ideia é criar um mercado de trabalho onde humanos e máquinas trabalhem juntos, não em competição. Isso significa usar a IA para aumentar a produtividade e criar novas oportunidades, como profissões que ainda nem imaginamos.
  2. Humanos no comando: A IA deve ser projetada, desenvolvida e usada com as pessoas no centro. Isso inclui desde garantir que a tecnologia seja acessível até dar voz às comunidades na hora de decidir como ela será aplicada.
  3. Educação e saúde modernizadas: Sistemas de ensino e saúde precisam se adaptar ao século 21, usando IA para personalizar aprendizado, melhorar diagnósticos médicos e levar serviços a áreas remotas.

Esses passos não são só sobre tecnologia, mas sobre escolhas. Como diz Pedro Conceição, diretor do escritório do Relatório de Desenvolvimento Humano, “as decisões que tomarmos nos próximos anos vão definir o legado dessa transição tecnológica”. Se bem feita, a IA pode ser uma ponte para novos conhecimentos e habilidades, empoderando desde agricultores até pequenos empreendedores.

Fonte: undp

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