Figma cria hub no Brasil e expande operações LatAm

A Figma, plataforma de design e desenvolvimento colaborativo utilizada para criar sites, aplicativos e produtos digitais, está ampliando sua atuação na América Latina com a inauguração de seu primeiro hub regional, localizado em São Paulo. A movimentação marca o início de uma nova fase da empresa no continente, em linha com sua estratégia global de crescimento e aproximação com as comunidades de designers e desenvolvedores.

Débora Mioranzza, head de vendas e operações da Figma para a América Latina, destaca que a escolha do Brasil como ponto de partida não foi por acaso. “O país responde por cerca de 50% da região e tem uma comunidade enorme, além de alta adesão à tecnologia e à inovação”, afirma, em entrevista ao Startups.

Ela destaca que, nos últimos 12 meses, usuários brasileiros criaram quase 5,5 milhões de novos arquivos, com uma média de mais de 85 mil edições por dia. Entre os clientes da Figma no Brasil estão gigantes como Nubank, Totvs, Mercado Livre, Itaú Unibanco e BTG Pactual.

A inauguração do escritório em São Paulo também marca o lançamento da versão em português da plataforma, com interface totalmente traduzida e suporte dedicado ao mercado brasileiro. A iniciativa visa proporcionar uma experiência mais próxima e personalizada ao público local, levando em conta as particularidades culturais da região.

Este novo hub segue o modelo já adotado pela Figma em outras regiões, como a Europa, onde a empresa mantém escritórios em Londres, Paris e Berlim. “Desembarcamos no Brasil, mas não estamos dizendo que vamos parar por aqui. Esse é apenas o começo de uma grande expansão”, antecipa Débora. A intenção é, no futuro, avançar para outros mercados estratégicos da América Latina, como Argentina, Colômbia, Chile e Peru.

Ecossistema local

Embora a Figma já esteja consolidada entre grandes corporações, Débora vê potencial de crescimento em empresas de todos os tamanhos, incluindo startups e pequenos estúdios de design. “Estamos aqui para apoiar todo o ecossistema, não apenas as grandes empresas e suas estratégias, mas negócios de todos os perfis”, ressalta.

A companhia não divulga metas oficiais para o crescimento na América Latina. Ainda assim, Débora compartilha sua própria ambição: dobrar ano após ano o número de usuários, a receita e os arquivos criados na plataforma. “Hoje temos muitas oportunidades ainda não exploradas, e a chance de crescimento é enorme”, avalia. “As pessoas estão famintas por conhecimento e dispostas a testar novas ferramentas”, explica Débora, destacando o foco da Figma em expandir seu portfólio de soluções para apoiar toda a jornada de criação.”

Para empresas como o Nubank, a chegada da Figma à região é vista como um avanço significativo para o suporte aos clientes. “É uma plataforma criada por designers para designers, mas que está sempre evoluindo para atender a outras necessidades, como as de desenvolvedores, product managers e outras áreas que colaboram no processo”, afirma Ellen Kiss, diretora de design do Nubank.

“Uma das maiores riquezas da América Latina é sua cultura colaborativa. Agora, nosso trabalho é empoderá-la e descobrir o potencial completo de ter a região como uma das prioridades de investimento da Figma”, afirma Débora. Ela reconhece que, embora desafios econômicos e políticos sejam inevitáveis, o maior desafio interno é garantir uma experiência de qualidade desde o primeiro dia.

O primeiro obstáculo superado pela Figma foi a barreira do idioma, visto que a plataforma estava disponível apenas em inglês, japonês, espanhol e coreano. “Precisávamos resolver isso o mais rápido possível. Nosso time foi incrível: agora temos a versão em português, em espanhol da Espanha e estamos trabalhando para, em breve, lançar o espanhol latino-americano”, conclui.

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