Começam a valer novas regras para fazer bariátrica no Brasil; adolescentes vão poder realizar cirurgia a partir dos 14 anos


O Brasil tem hoje mais de 8 milhões de pessoas com algum grau de obesidade. Começam a valer novas regras para fazer bariátrica no Brasil
Reprodução/TV Globo
O Conselho Federal de Medicina divulgou nesta terça-feira (20) regras novas para cirurgias bariátricas e ampliou a indicação médica.
Pelas novas regras, o aposentado Rogério Freitas vai poder fazer cirurgia bariátrica. Ele tem diabetes tipo 2 e 31 de índice de massa corporal, que é a referência para identificar a obesidade. O IMC é o resultado da divisão entre peso e altura.
“Setenta anos… O que me resta é qualidade de vida. O que pode ser feito para melhorar, para ter mais disposição, é isso. Essa é a meta”, diz Rogério.
A cirurgia bariatrica é popularmente conhecida como redução de estomago. Antes, a bariátrica só era feita em pacientes com IMC acima de 35. Com a nova resolução, quem tem o índice entre 30 e 35 poderá passar pelo procedimento, desde que tenha doenças como diabetes, apneia do sono ou refluxo graves, problemas no coração, rins, fígado e ossos.
A cirurgia também foi liberada para pacientes mais jovens, de 14 e 15 anos, que tenham obesidade grave, com IMC maior do que 40 e complicações clínicas. Para 16 e 17 anos, a regra é a mesma usada para os adultos. Todos os menores de idade precisam de autorização dos pais.
“Resgata as nossas crianças e adolescentes. A obesidade é uma doença da alma e do corpo, porque as pessoas culpam o obeso e não a doença”, afirma Luiz Vicente Berti, presidente do Conselho Executivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.
Clínicas e hospitais que recebem pessoas com obesidade devem estar preparados para atendê-los. Um consultório, por exemplo, tem poltronas maiores e, na sala de exames, as macas também são adaptadas para que o paciente possa se acomodar com segurança e ser avaliado pelo médico.
A nova resolução deixa essas exigências mais claras. Antes, bastava que o hospital tivesse UTI e condições para receber pacientes com obesidade grave. Agora, a bariátrica precisa ser feita em hospital de grande porte, com capacidade para cirurgias de alta complexidade, UTI e plantonista 24 horas.
O Brasil tem hoje mais de 8 milhões de pessoas com algum grau de obesidade. O Conselho Federal de Medicina orienta que a bariátrica deve ser feita por cirurgião geral ou do aparelho digestivo.
“Os pacientes que vão fazer a cirurgia bariátrica são aqueles pacientes que não tiveram melhora com o tratamento clínico. Então, a equipe vai indicar que o melhor tratamento para ele conseguir perder o peso seria a cirurgia. É bom sempre lembrar que ele tem que passar por um tratamento clínico antes de ser submetido à cirurgia”, afirma Sérgio Tamura, conselheiro federal e relator da resolução.
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