PF prende trio suspeito de atuar como laranja com R$ 1,2 milhão

Dinheiro foi apreendido em BrasíliaReprodução

A Polícia Federal prendeu na noite de terça-feira (20) três empresários sob suspeita de atuarem como laranjas em um esquema de lavagem de dinheiro.

A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional de Brasília, durante fiscalização de rotina, após os suspeitos desembarcarem do voo Latam, vindo de Manaus (AM), com destino final a Goiânia (GO).

Durante a inspeção por raio-X das bagagens, agentes localizaram uma mala contendo mais de R$ 1,2 milhão em espécie, distribuídos em diversas cédulas, incluindo notas de R$ 200.

Os presos afirmaram que o dinheiro estava relacionado a pagamentos vinculados a contratos com prefeituras do Amazonas, entre elas a de Coari.

No entanto, a Polícia Federal identificou contradições nas explicações fornecidas pelos detidos, que não conseguiram informar com clareza o destino dos recursos ou quem receberia os supostos pagamentos.

A investigação considera a hipótese de que os três atuavam como intermediários utilizados para ocultar os verdadeiros responsáveis pelos valores apreendidos.

Segundo a PF, o uso de laranjas é uma prática recorrente em esquemas de lavagem de dinheiro. Um dos exemplos citados pela corporação é a Operação Tripeiros, que identificou movimentações fraudulentas de R$ 1 milhão em contas bancárias de terceiros.

Os três presos são sócios de empresas investigadas por suspeita de funcionarem como estruturas de fachada para desvio de recursos públicos.

Uma dessas empresas é a COMERCIAL CJ – Comércio de Produtos Alimentícios Ltda, registrada em Presidente Figueiredo (AM) e controlada por César Albuquerque, um dos detidos.

Embora cadastrada como fornecedora de alimentos, a empresa atuava na venda de diversos produtos, como bolsas, bonés, tecidos e até serviços funerários.

De acordo com informações publicadas pelo blog do jornalista Hiel Levy, a empresa de Albuquerque recebeu R$ 2,596 milhões da Prefeitura de Coari em abril de 2025.

O repasse, registrado no Diário Oficial dos Municípios, teve como objeto o fornecimento de itens como bolsas e tecidos.

A Polícia Federal apura se os valores apreendidos em Brasília seriam utilizados para pagamentos indevidos a agentes públicos ou políticos.

Segundo os investigadores, os suspeitos podem ter sido convocados para transportar os recursos até a capital federal como parte de tratativas realizadas durante eventos que ocorreriam na cidade.

Os empresários foram encaminhados à carceragem da PF e passaram por audiência de custódia na quarta-feira, 21 de maio de 2025.

O dinheiro permanecerá apreendido enquanto as investigações continuam. A PF busca identificar a origem e o destino dos recursos, além de possíveis envolvidos que se beneficiariam do esquema.

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