Ibovespa fecha em queda com dúvidas sobre o fiscal

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (27), com mercado focado no anúncio do pacote fiscal. Os rumores dão conta de que, ao anunciar o pacote de corte de gastos, o governo incluirá a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil. Aos olhos do mercado, portanto, uma medida pode anular a outra. Uma mão reduz as despesas, mas outra abre mão de receitas.

O Ibovespa fechou em queda de 1,73%, cotado aos 127.668,61 pontos.

Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, destacou a necessidade de medidas que enfrentem dois desafios estruturais: o cumprimento da meta fiscal do próximo ano e a viabilidade do Novo Arcabouço Fiscal.

“As nossas apurações indicam que o pacote fiscal deve ser divulgado amanhã. Será preciso que as medidas ataquem dois problemas centrais: a dificuldade de se cumprir a meta fiscal do ano que vem, mesmo com banda, nas condições atuais do PLOA; e a não sustentabilidade do Novo Arcabouço Fiscal, dado o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias”, explicou Salto.

De acordo com ele, a meta fiscal para 2025 exigirá um ajuste substancial. “Nossa avaliação é de que o pacote precisa conter um ajuste de pelo menos R$ 40 bilhões para 2025. Essa é a cifra aproximada necessária para cumprimento da meta fiscal do ano que vem”, afirmou o economista.

Caged: Brasil gera 132 mil empregos formais em outubro, mas fica abaixo das expectativas

O Brasil registrou um saldo líquido de 132.714 empregos formais em outubro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira. O resultado, apesar de positivo, ficou abaixo das projeções do mercado, que esperavam uma mediana de 200 mil vagas. O número também foi inferior ao piso das estimativas, de 175 mil vagas. No acumulado de 2024, o saldo de empregos segue robusto, com 2.117.473 novas vagas formais criadas até agora.

PIB dos EUA avança 2,8% no 3º trimestre e mantém otimismo econômico

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um crescimento anualizado de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Departamento de Comércio. O resultado atendeu às expectativas do mercado, já que economistas consultados pela Reuters projetavam exatamente esse índice.

Segundo avaliação de Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, os dados do PIB sugerem que a economia dos EUA está em uma trajetória saudável, com crescimento estável, inflação controlada e um mercado de trabalho que permanece sólido. Esse quadro pode dar ao Federal Reserve mais segurança para considerar um novo corte de juros de 0,50 p.p, especialmente se a inflação continuar cedendo e a economia der sinais de desaceleração gradual. Os dados econômicos mais recentes mostram um cenário positivo e equilibrado para a economia americana.

Pedidos iniciais por seguro-desemprego sobem para 213 mil nos EUA

Além da divulgação do PIB, também houve a divulgação dos Pedidos iniciais por seguro-desemprego pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos. Segundo o dado, os novos pedidos de seguro-desemprego caíram para 213 mil na semana encerrada em 22 de novembro. Na semana anterior, os pedidos somaram 215 mil, conforme dados revisados.

De acordo com análise de João Kepler, CEO da Equity Fund Group, se a economia continuar a mostrar sinais de resiliência, com indicadores como o baixo número de pedidos iniciais de seguro-desemprego (213 mil, abaixo das expectativas), investidores podem se sentir mais confiantes em investir em startups, especialmente em um ambiente de juros mais baixos ou estáveis. No entanto, se a desaceleração econômica se acentuar, o risco de um ambiente mais cauteloso se intensifica, o que poderia reduzir a disponibilidade de capital de risco para startups e empresas em estágio inicial.

PCE dos EUA: Inflação segue controlada, mas ainda acima da meta

O índice de preços de despesas com consumo pessoal (PCE), principal indicador de inflação acompanhado pelo Federal Reserve, registrou alta de 0,2% em outubro, conforme divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). Na base anual, o índice alcançou 2,3%, afastando-se da meta de 2% perseguida pela autoridade monetária. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado, que projetavam as mesmas variações tanto na base mensal quanto na anual.

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