Vórtx compra Grafeno para crescer no mercado de crédito

A Vórtx, que provê infraestrutura para o setor financeiro, acaba de comprar a Grafeno, a plataforma digital de serviços para o mercado de crédito que pertence à Galapagos, de Carlos Fonseca.

Com o negócio, a Vórtx preenche uma lacuna em seu portfólio de produtos e passa a oferecer todo o backoffice ligado ao mercado de crédito: da escrituração, liquidação e custódia dos papéis de renda fixa – que já eram feitos pela Vórtx – até a emissão dos ativos financeiros e a gestão de contas e recebíveis – especialidades da Grafeno, que ainda fornece ferramentas de análise de crédito.

O objetivo é crescer num mercado em franca expansão no País e se diferenciar dos concorrentes – bancos e players independentes como a Oliveira Trust.

“O ganho é a sinergia,” Juliano Cornacchia, o co-fundador e CEO Vórtx, disse ao Brazil Journal.

“O cliente tem uma jornada mais fluida e encontra todos os serviços num lugar só, não precisa consolidar informações, muitas vezes de forma analógica,” disse Ana Luiza, sócia da Grafeno.

As empresas não abriram o valor do negócio, mas o Brazil Journal apurou que a Grafeno foi avaliada em R$ 500 milhões na aquisição.

A Vórtx, que também faz a administração e a custódia de fundos de investimento, planejava entrar no segmento da Grafeno desde 2021.

Naquele ano, pediu autorização ao Banco Central para montar uma Sociedade de Crédito Direto e, assim, poder operar nesse mercado.

O aval veio em 2023. “Levaríamos anos para montar os serviços e a base de clientes que a Grafeno já tinha, então decidimos acelerar o processo,” diz Cornacchia.

Fundada em 2015 por Cornacchia e o também advogado Alexandre Assolini, a Vórtx tem R$ 1,6 trilhão em ativos em suas plataformas. Em 2024, faturou R$ 270 milhões e fez um EBITDA de R$ 120 milhões.

A Grafeno foi fundada em 2019 pela Galapagos e, no ano passado, processou cerca de R$ 400 bilhões em operações de crédito. A empresa não abre dados financeiros.

O benchmark das empresas é a americana SS&C Technologies, que vale cerca de US$ 19 bilhões na Nasdaq.

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