Como funciona a Escada de Penrose e por que ela engana o nosso vérebro?

Escada de PenroseEscada de Penrose

As escadas, apesar de simples conectores entre diferentes níveis, sempre foram elementos arquitetônicos fascinantes, muitas vezes consideradas verdadeiras obras de arte. Isso porque seu design pode desafiar a nossa percepção do espaço e desafiar a nossa compreensão da realidade. Quer um exemplo? Já ouviu falar da escada de Penrose? Ela guarda um enigma poderoso! Imagine subir seus degraus para sempre e jamais sair do lugar, num ciclo infinito. Será possível mesmo?

A essência da Escada de Penrose foi inventada em 1959 pelos matemáticos Lionel e Roger Penrose, pai e filho. Trata-se de um modelo de escada que desafia a geometria euclidiana, realizando um loop eterno, onde subir e descer se tornam ações simultâneas e paradoxais. Porém, isso é uma tremenda ilusão de óptica que, no fundo, só foi criada para provocar as pessoas, transcendendo a matemática e a física, influenciando na filosofia, design e arquitetura. Confira mais detalhes no artigo a seguir, do Engenharia 360!

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O primeiro teste da Escada de Penrose

A Escada de Penrose já foi fonte de inspiração de muitos artistas e pensadores de diversas áreas. Gostaríamos de citar neste texto o trabalho de M.C. Escher, um dos primeiros a incorporar esse modelo de escapa numa obra de arte. Ele fez, em 1960, uma litografia chamada “Ascendente e Descendente”, retratando monges subindo e descendo simultaneamente uma escada sem fim, sem esperança de alcançar um destino. Através desse trabalho, podemos aprender um pouco mais sobre tridimensionalidade em superfícies bidimensionais e como isso pode provocar ilusões.

A saber, “Ascendente e Descendente” é uma metáfora visual da condição humana com a nossa busca incessante por objetivos que são muitas vezes inalcançáveis.

Escada de Penrose
Imagem reproduzida de
TechTudo

Numa primeira olhada, tudo parece normal. Mas ao observar melhor os detalhes da figura, percebemos que as escadas se encontram em ângulos impossíveis, desafiando as leis da física e da gravidade.

O conceito por trás da Escada de Penrose

A Escada de Penrose é um paradoxo! Quando vista em duas dimensões, só no papel, como na obra de M.C. Escher, parece realmente uma estrutura contínua. Mas se acompanharmos cada linha, vem a revelação de que é impossível atingir um ponto final. Então, de alguma forma, parece que todo o espaço ao redor se transforma diante de nossos olhos e passamos a ter uma compreensão mais intuitiva da realidade.

Escada de Penrose
Imagem de Netflix reproduzida de Archdaily

O poder da perspectiva. Será que é isso que deixa as pessoas fascinadas pela Escada de Penrose? Não podemos negar que a imagem dessa estrutura, embora não verossímil, preenche nossa mente com ideias sobre a coerência daquilo que observamos versus como nós interpretamos o que vemos. Essa é uma oportunidade de refletirmos sobre a natureza da realidade e nossa tendência em buscar padrões onde não há e coerência no mundo ao nosso redor.

Fato é que nosso cérebro está constantemente tentando organizar as informações que recebemos, criando modelos mentais que nos permitem interpretar e prever os eventos.

Lições aprendidas

Qual a lição? Bom, podemos pensar que é não precisarmos ficar tentando o tempo todo forçar modelos pré-existentes de engenharia nos projetos por obrigação, pois, no processo, podemos falhar. Pode ser desconfortante, mas valeria a pena deixarmos nossa mente mais livre, indo além da lógica para criar algo realmente único, resolvendo com mais eficiência os problemas do dia a dia. Afinal, às vezes, a resposta para o enigma está no inexplicável!

Nem tudo o que vemos é real; a realidade é complexa e multifacetada – sempre há mais para descobrir!

Então, sim, a Escada de Penrose pode ser impossível de construir em sua forma pura. Mas é uma oportunidade de “pensar fora da caixa”! O que você precisa ter em mente é o desafio de criatividade e design que seu conceito impõe sobre para a engenharia que, na tentativa de simulá-la, pode levar a inovações diversas em áreas como design de ambientes, criação de volumes, uso de materiais e técnicas construtivas, exploração de ambientes virtuais e em realidade aumentada.

Os exemplos de influência na arquitetura e cultura pop

A Escada de Penrose é uma fonte inesgotável de inspiração. Um exemplo de sua influência na arquitetura é o projeto ‘La Muralla Roja’, de Ricardo Bofill, um edifício labiríntico em Calpe, na Espanha, composto por uma série de escadas, plataformas e pontes interligadas que cruzam em ângulos inesperados, criando uma sensação de desorientação e vertigem. 

Outro exemplo é a escultura ‘Umschreibung’, de Olafur Eliasson, em Munique, na Alemanha, uma escada espiral de nove metros que simboliza um loop infinito. E tem ainda a escultura ‘Diminish and Ascend’, do australiano David McCracken, uma escada que parece se elevar infinitamente em direção ao céu, criando a ilusão de que está desaparecendo no horizonte.

Indo para as telinhas, podemos citar a Escada de Penrose em jogos como o videogame ‘Monument Valley’, onde os gamers são desafiados a navegar por labirintos de escadas e caminhos impossíveis, explorando a geometria e a perspectiva para encontrar soluções para a estória. Por fim, o filme ‘A Origem’ ou ‘Interception’, de Christopher Nolan, onde, na trama, escadas são capazes de manipular a realidade dos sonhos. E não podemos esquecer o conto ‘Harry Potter’, de J. K. Rowling, com as escadas de Hogwarts.

Escada de Penrose
Game Monument Valley – Imagem reproduzida de Archdaily
Escada de Penrose
Filme Harry Potter – Imagem reproduzida de AvMakers
Escada de Penrose
Filme A Origem – Imagem reproduzida de Archdaily

Veja Também: Como são feitas as escadas flutuantes?


Fontes: Archdaily, Elsatop decorexpro.com, Wikipédia.

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