Alexia Ventures: menos hype e mais resultados com a IA

Bianca Martinelli, sócia da Alexia Ventures
Bianca Martinelli, sócia da Alexia Ventures. Foto: Divulgação

Há quem invista em inteligência artificial pelo hype e há quem aposte na tecnologia de olho nos resultados que ela oferece. É o caso da Alexia Ventures, que acaba de lançar seu segundo fundo, no valor de US$ 100 milhões, e busca empresas que usem a IA para desenvolver soluções que tragam mais eficiência às indústrias.

Fundada em 2020, a gestora encerrou os investimentos do primeiro fundo, de US$ 85 milhões, com aportes em 10 empresas. O último investimento foi em fevereiro deste ano, na N5, que concluiu a sua Série A com uma captação de US$ 20 milhões no total.

Para o Fundo 2, a casa planeja manter a tese de investimentos em Enterprise Software, B2B e IA, com foco em liderar ou co-liderar séries A, sempre com assentos no conselho das empresas. Os cheques variam, em média, entre US$ 2 milhões e US$ 6 milhões.

Em entrevista ao Startups, Bianca Martinelli, sócia da Alexia Ventures, conta que, apesar de esse mercado de IA ser muito novo, já é possível encontrar um pipeline relevante de empresas que conseguem construir, a partir de modelos que já estão disponíveis, soluções que se adequem aos problemas locais ou regionais.

“A gente entende que está tendo um hype global de IA e temos um cuidado muito grande para entender qual é a solução, de fato, que os empreendedores estão criando. Por isso, é importante ter times técnicos, que consigam desenvolver soluções proprietárias em cima do que já existe”, afirma.

Para Bianca, parte das oportunidades de inovação trazidas pela IA estão em desenvolver aplicações específicas para indústrias específicas.

“Olhamos muito para essa macrotendência de digitalização das pequenas e médias empresas. A gente acredita muito neste momento de digitalização da economia e de comunidades empoderadas pela tecnologia. Esse é um portfólio resiliente a ciclos macroeconômicos e com receita recorrente, o que é uma vantagem considerando que nosso objetivo é que, com o nosso cheque, as empresas sejam capazes de chegar ao breakeven”, acrescenta.

Internacionalização

Com o novo fundo, a Alexia pretende investir em 10 a 12 empresas, do Brasil ou da América Latina, que tenham potencial de internacionalização. A ideia, com isso, é ampliar o mercado endereçável e, consequentemente, a capacidade de escalar os negócios.

Bianca, que construiu uma carreira voltada para mercados emergentes e América Latina, acredita que o Brasil tem cada vez mais saído desse lugar de isolamento na região para uma maior integração. Segundo ela, há cada vez mais empresas e investidores brasileiros olhando para os países vizinhos e vice-versa.

No entanto, a investidora ressalta que o processo de internacionalização deve ser feito com cautela – e, de preferência, começar a ser planejado desde o início da startup.

“É muito legal ver o quanto isso está evoluindo. A expansão internacional não é um processo simples e às vezes as pessoas subestimam as complexidades de ir para outro país, mesmo que tenha uma cultura similar. Mas não é trivial. O próprio Nubank está fazendo esse trabalho e podemos ver o quanto estão sendo cautelosos. Faz uma diferença enorme, se a startup vislumbra um caminho global, pensar nisso desde o começo. Dessa forma, já se cria uma cultura de empresa global, se pensa na arquitetura do software antes”, aponta.

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