Busca por independência cria tensão entre Microsoft e OpenAI; entenda

A relação entre Microsoft e OpenAI, uma parceria que já tem quase 6 anos, e que antes era vista como uma das mais estratégicas da indústria de inteligência artificial, parece estar se tornando cada vez mais desgastada. Embora a gigante de Redmond tenha investido cerca de US$ 13 bilhões na OpenAI, os sinais de independência entre as duas empresas estão cada vez mais evidentes.

Sam Altman e Satya Nadella
Sam Altman e Satya Nadella

Microsoft quer reduzir dependência da OpenAI

A Microsoft tem investido fortemente em IA, mas agora busca desenvolver seus próprios modelos para não depender exclusivamente do ChatGPT. Essa estratégia se tornou ainda mais importante diante das crescentes disputas judiciais envolvendo a OpenAI, principalmente em seu entrave judicial com Elon Musk, que faz de tudo para impedir que a empresa mantenha seu status como “sem fins lucrativos”.

O próprio Satya Nadella, CEO da Microsoft, já deixou claro que a vantagem competitiva não estará apenas no desenvolvimento de modelos de IA, mas sim na capacidade de transformá-los em produtos funcionais e acessíveis.

OpenAI amplia suas parcerias e busca mais autonomia

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Por outro lado, a OpenAI também vem se afastando da Microsoft ao expandir sua infraestrutura para outros provedores de nuvem. O ChatGPT já roda há algum tempo na Oracle, e recentemente a empresa assinou um contrato bilionário com a CoreWeave, um concorrente direto do Azure. Em seu discurso sobre a parceria, Altman fez questão de deixar claro que é uma adição ao portfólio da OpenAI, que já inclui a Microsoft.

“O CoreWeave é uma adição importante ao portfólio de infraestrutura da OpenAI, complementando nossos acordos comerciais com a Microsoft e a Oracle, e nossa joint venture com a Softbank no Stargate”, declarou o CEO da OpenAI em nota conjunta com a CoreWeave.

Fundada em 2017, a CoreWave começou direcionando seus esforços para o mercado de criptomoeda, principalmente com a mineração de Ethereuem, via GPUs. Os “ventos do mercado” mudaram, e ela alterou o rumo. Expandiu sua infraestrutura, agora composta por mais de mais 32 datacenters, e atende essa crescente demanda por poder computacional para IA.

A companhia por trás do ChatGPT e do Sora também busca maneiras de reduzir sua dependência do hardware que faz com que esses sistemas possam funcionar. Em parceria com a TSMC e a Broadcom, a OpenAI avança no objetivo de desenvolver seu primeiro chip personalizado. Além de um controle mais fino sobre o projeto, a iniciativa visa reduzir a dependência da NVIDIA.

Tanto a Microsoft quanto a OpenAI estão investindo em tecnologias internas que podem reduzir custos operacionais, considerando o alto custo de contar com a solução de um parceiro. Em paralelo, a aliança estratégica entre ambas segue viva, mas os caminhos estão cada vez mais próximos de se chocarem. O que será que vai acontecer? Vamos aguardar.

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