Criança de 1 ano morre sinais de violência e abuso no ES; mãe e companheira são suspeitas do crime


Laudo médico apontou que a criança tinha fraturas e hematomas na cabeça, no pescoço, costas e nas partes íntimas. Polícia investiga se houve abuso sexual. Crime aconteceu em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Bebê com sinais de violência morre em Colatina
Uma menina de 1 ano e 10 meses morreu depois de dar entrada em um hospital de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, na noite de quinta-feira (13), com sinais de violência e abuso. De acordo com a Polícia Militar, Maria Isis Vieira de Amorim chegou à unidade em estado gravíssimo, desacordada, desidratada, com fratura e hematomas, e não resistiu aos ferimentos.
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A mãe dela, Juliele Vieira de Amorim, de 25 anos, e a companheira da mãe, Myllena Carla Andrelino, de 27 anos, foram presas em flagrante. Elas são suspeitas do crime.
Myllena Carla Andrelin (companheira, 27 anos) e Juliele Vieira de Amorim (mãe, 25 anos) são suspeitas da morte de Maria Isis de Amorim, de 1 ano, no Espírito Santo
Divulgação
Ainda segundo a PM, Myllena estava no hospital e relatou aos militares que a enteada havia caído da escada no dia anterior, enquanto estava com a babá e, por isso, teria cortado a testa e o nariz.
No mesmo dia, de acordo com a madrasta, a menina caiu de novo durante o banho e, dessa vez, teria batido a cabeça. A criança foi levada ao hospital porque começou a ter febre.
O laudo médico apontou que a criança sofreu uma fratura no braço direito e tinha hematomas na cabeça, no pescoço, nas costas e nas partes íntimas. Depois de ser questionada novamente, a madrasta admitiu aos policiais que dava chineladas na criança. Os militares verificaram ainda que Myllena tinha uma lesão na mão esquerda.
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“Após a madrasta fornecer o endereço em que a mãe biológica da criança (Juliele) estaria, a equipe foi ao local e localizou a mulher, 25 anos. Ela foi conduzida à 15ª Regional de Colatina. Considerando que a declaração da madrasta apresentava contradições, ela também foi conduzida à delegacia”, disse nota da corporação.
Maria Isis de Amorim, de 1 ano, filha de Juliele Vieira de Amorim (25 anos) e Myllena Carla Andrelin (companheira), que são suspeitas do crime no Espírito Santo
Divulgação
Titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) do município, o delegado Deverly Pereira Junior também falou das contradições no depoimento da madrasta e a respeito do laudo médico.
“Verificamos contradições nos depoimentos. Depois, a madrasta confessou que aplicou uma surra na criança há três dias com intuito de corrigir a menina, e alegou que a criança sofreu uma queda durante um banho. A mãe relatou que sabia das agressões, mas que não concordava. Vamos verificar se a mãe tinha participação”, disse o delegado.
Myllena Carla Andrelin (companheira) à esquerda e Juliele Vieira de Amorim (mãe), à direita. Ambas foram presas.
Divulgação Polícia Civil
Além disso, o delegado Deverly disse que a Polícia Civil vai investigar os possíveis indícios de abuso sexual que a criança teria sofrido.
“Os médicos que atenderam a criança relataram terem constatado lesões importantes nessa região (genital), o que ainda nesse momento não comprova que houve a violência sexual. É um indicativo e a polícia vai, também, prosseguir nesse rumo. É um caminho que as investigações tendem a tomar também”, disse Deverly.
Maria Isis de Amorim, de 1 ano, filha de Juliele Vieira de Amorim (25 anos) e Myllena Carla Andrelin (companheira), que são suspeitas do crime no Espírito Santo
Divulgação
Por nota, a Polícia Civil informou que as suspeitas, de 25 e 27 anos, conduzidas à Delegacia Regional de Colatina, foram autuadas em flagrante por homicídio qualificado cometido contra menor de 14 anos e contra ascendente. Elas foram encaminhadas ao sistema prisional. A investigação vai seguir.
O corpo foi encaminhado à Seção Regional de Medicina Legal (SML), da Polícia Científica, em Colatina, para ser necropsiado e, posteriormente, liberado para os familiares.
A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Juliele Vieira de Amorim tem registros de passagem pelo sistema prisional, no período entre julho de 2019 e novembro de 2024, por tráfico de drogas. Myllena não tem histórico.
O que disse o hospital
O hospital para onde a menina foi levada também se manifestou emitindo um comunicado. Leia abaixo:
“O Hospital São José informa que, na noite de 13 de março de 2025, às 22h17, recebeu, em sua emergência pediátrica, uma paciente em estado gravíssimo, com relato de dois episódios de queda. Imediatamente, foram adotadas todas as medidas médicas cabíveis para a estabilização e o suporte à vida. No entanto, apesar dos esforços da equipe, a paciente evoluiu para óbito às 23h03.
Diante da natureza do caso, as autoridades competentes foram acionadas prontamente. O hospital permanece à disposição para colaborar com as investigações, conforme as diretrizes legais. Por razões éticas e legais, o Hospital São José reforça seu compromisso com o sigilo médico e não divulgará informações clínicas da paciente”.
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