Garimpo avança em Terra Indígena de Rondônia, mostram imagens de satélite divulgadas pelo Greenpeace


Tamanho da área aberta na mata equivale a 109 campos de futebol, segundo o Greenpeace Brasil. Local é habitado pelos indígenas Paiter Suruí, que vivem distribuídos em 24 aldeias. Garimpo dentro da Terra Indígena Sete de Setembro.
Registro obtido pelo Greenpeace.
Imagens de satélite divulgadas pelo Greenpeace Brasil mostram crescimento de garimpo ilegal dentro da Terra Indígena (TI) Sete de Setembro, em Rondônia. Segundo a organização, a área de atividade garimpeira tem 78 hectares, equivalente a 109 campos de futebol.
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📍 A TI Sete de Setembro fica localizada no sudeste de Rondônia e noroeste do Mato Grosso e possui cerca de 250 mil hectares. O local é habitado pelos indígenas Paiter Suruí, que vivem distribuídos em 24 aldeias.
De acordo com os registros do Greenpeace, o garimpo está concentrado principalmente nas ramificações do rio Fortuninha, na região central da Terra Indígena, e nos braços do rio Fortuna, na parte nordeste do território. (Veja na imagem abaixo)
“É urgente e necessário que as autoridades tomem medidas de proteção ao povo Paiter Suruí, realizem ações de fiscalização e monitoramento da atividade garimpeira e promovam ações de desintrusão dos invasores”, pede a organização em nota publicada no site oficial.
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Mapa comparativo da área de garimpo entre junho de 2023 e janeiro de 2025.
Departamento de Pesquisa do Greenpeace Brasil.
A região onde fica localizada a TI Sete de Setembro é rica em minérios e nos últimos dez anos tem sido alvo de atividades garimpeiras ilegais.
Organizações indígenas da região denunciaram o avanço do garimpo para os órgão fiscalizadores mas até o momento não tiveram resposta.
Em entrevista ao Bom Dia Rondônia, Jornal da Rede Amazônica, o coordenador da frente de povos indígenas do Greenpeace Brasil, Jorge Dantas, falou sobre o aumento da destruição na região e cobrou ação das autoridades.
“Até o momento, não tivemos retorno. Mas a gente entende também que é uma resposta que nem sempre vem rápida. O que a gente costuma fazer nesse tipo de situação é oficializar a denúncia junto às autoridades e aos órgãos públicos, que têm condições de fazer alguma coisa. A gente crê que o governo federal e os governos estaduais estão olhando para essas situações, entendendo o prejuízo e a gravidade do problema e vão tomar atitudes”, disse.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) informou ao g1 que comunicou a Polícia Federal, o Ibama e a Funai sobre a denúncia de garimpo ilegal na Terra Indígena Sete de Setembro e pretende articular ações conjuntas voltadas ao reforço da fiscalização e responsabilização dos envolvidos.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou que, conforme cronograma operacional, está prevista ação presencial na TI Sete de Setembro ainda este ano.
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