Entenda como o Centro Georges Pompidou em Paris desafia a engenharia tradicional

Centro Georges PompidouCentro Georges Pompidou

O Centre National d’Art et de Culture Georges Pompidou, em Paris, é um paradigma das artes e da engenharia. Ele foi inspirado em tendências de construção específicas, como o high-tech, que estava em alta nos anos de 1970. Até por isso, a maioria das propostas apresentadas neste período, sobretudo em concursos públicos, foram mais arrojadas.

Assim como no Brasil, o estilo brutalista abrilhantou na Europa, especialmente na Inglaterra. Obras de Smithons, por exemplo, expunham a canalização e dutos de ventilação sem qualquer revestimento. Veja mais a seguir, neste artigo do Engenharia 360!

Centro Georges Pompidou
Imagem de Leland em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Centre_Pompidou#/media/File:Pompidou_center.jpg

Contexto da obra do Centro Georges Pompidou

Georges Pompidou foi um presidente francês eleito em 1969, atuando até 1974. Ele é quem encomendou esta construção para Paris, o projeto final foi escolhido em concurso e desenhado por Renzo Piano e Richard Rogers, ambos quase desconhecidos na época. Enfim, o design começou a ser materializado entre 1971 e 1977, na Place Beaubourg, no coração da cidade. Dizem os especialistas que foi o ponto de partida para outros empreendimentos grandiosos – como a Ópera da Bastilha e o novo edifício da Bibliotheque Nationale François Mitterrand.

Centro Georges Pompidou
Imagem de Zairon em Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_Georges_Pompidou#/media/Ficheiro:Paris_Montmartre_Blick_aufs_Centre_Georges-Pompidou.jpg

A intenção era eternizar a imagem de Paris. Assim surgiu o Centro Georges Pompidou, com uma “pegada pop art”, que o fez ser, desde então, tão popular quanto universal, seduzindo os espectadores desde seu exterior. Aliás, revelando, sem vergonha alguma do lado de fora, o que geralmente ficava oculto no interior das outras edificações.

Desenho e decisões projetuais mais impactantes

Renzo e Richard decidiram explorar em seu projeto ao máximo as possibilidades oferecidas pela alta tecnologia da época. Assim foi estruturado um plano ousado de conexões, tubos e cabos de aço. Basicamente, a ideia era externar diversos itens da estrutura de infraestrutura do edifício. Resumindo, esse seria o aspecto visual da obra.

Centro Georges Pompidou
Imagem reproduzida de História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo I

O novo palácio da cultura foi pensado para exposições temporárias e para uma biblioteca. O interessante é que todos estes elementos expostos acabam revelando sua função através das cores, quanto o interior permanece livre e desobstruído. O destaque maior vai para a escada da fachada oeste, pintada de vermelho, com uma vista surpreendente para Paris.

Centro Georges Pompidou
Imagem reproduzida de Guia de Destinos – Melhores Destinos

Compreendendo o esquema da mega estrutura

A mega estrutura do Centro Georges Pompidou é composta por elementos em aço. São 166 m de comprimento, 66 m de largura e 42 m de altura, com a volumetria de aspecto futurista que lembra a engenharia dos estaleiros. No lugar da fachada tradicional, tem-se uma trama complexa composta por tubos metálicos ligados entre si e impostos sobre as paredes envidraçadas.

Centro Georges Pompidou
Imagem de Reinraum em Wikipédia – https://en.wikipedia.org/wiki/Centre_Pompidou#/media/File:Pompidou_Centre_building_technology.jpg
Centro Georges Pompidou
Imagem reproduzida de História e Teoria da Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo I

Acessando o edifício, os visitantes são conduzidos até a zona principal de exposição, com a escada rolante instalada numa tubulagem revestida de vidro transparente e com marcações “cadenciadas” – como numa viagem ao túnel do tempo. Os tubos de ventilação vermelhos lembram o tombadilho na popa de um navio. Ou seja, nada parece convencional aos olhos do observador. Inexplicavelmente essa miscelânea alegre até que faz sentido no fim das contas; e a sedução é completa pelo espelho d’água da Place Igor Stravinsky.

Centro Georges Pompidou
Imagem reproduzida de Guia de Destinos – Melhores Destinos

Reflexão final: O futuro da engenharia e do Georges Pompidou

A engenharia do Centro Georges Pompidou é um lindo exemplo de como a criatividade e a inovação podem ser aplicadas na construção de um edifício icônico. Não há nada igual a essa exposição estrutural e flexibilidade espacial. 

É importante lembrar o desafio de enfrentar a tradição de esconder elementos utilitários. Os vãos livres e pisos modulares, e o uso de madeiras inovadoras com treliças de aço e placas de vidros, que permitiram a criação de um sistema leve. Tudo isso e mais reflete a filosofia modernista de dar função às peças e ainda mostrar como as coisas funcionam. 

Centro Georges Pompidou
Imagem de DiscoA340 em Wikipédia – https://nl.wikipedia.org/wiki/Centre_Pompidou#/media/Bestand:Panorama_of_the_Centre_Pompidou.jpg

Por falar em futuro, uma notícia que saiu no começo de março de 2025 nos portais de notícias é de que o Centro Pompidou em Paris fechará por cinco anos para grandes obras de renovação. Os visitantes terão de correr se quiserem aproveitar entrada gratuita para ver a coleção permanente pela última vez. O museu abriga hoje uma vasta coleção de arte contemporânea e será temporariamente realocado para exposições no Grand Palais e internacionalmente.

Veja Também: Os 12 maiores monumentos da engenharia de Paris


Fontes: O Globo, História da Arquitectura Contemporânea, h.f. ullman, Hurgen Tietz, 2008.

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