Rede InterAmericana de Academias se manifesta com relação à ciência nos EUA

No dia 14 de março, a Rede InterAmericana de Academias de Ciências (Ianas), da qual a ABC faz parte, se manifestou com relação aos ataques feitos pelo novo governo dos Estados Unidos contra a ciência do país. O comunicado chama de “ameaças sem precedentes” as novas diretrizes norte-americanas que regem o investimento em pesquisa e as demissões em massa de pesquisadores, comparando a situação aos cenários de ataques à ciência na Argentina e na Nicarágua.

A nota também lembra do papel de destaque dos EUA no financiamento científico global, alertando que o enfraquecimento da ciência naquele país pode reverberar e trazer consequências graves no mundo inteiro. Por fim, pede que as novas políticas sejam revistas para que o país siga sendo um modelo de como o investimento em pesquisa se traduz em crescimento econômico e progresso social:

Confira a tradução do comunicado:

Preocupações sobre ameaças que a ciência enfrenta nos Estados Unidos da América

A Rede Interamericana de Academias de Ciências (IANAS) se solidariza com nossos colegas no continente americano e ao redor do mundo ao expressar nossas preocupações sobre as ameaças sem precedentes que a ciência enfrenta atualmente nos Estados Unidos da América. Já manifestamos preocupações semelhantes em relação a ataques às iniciativas científicas de outros países da nossa região, como Nicarágua e Argentina. No entanto, as ameaças atuais à ciência nos Estados Unidos são ainda mais alarmantes devido ao seu impacto global mais amplo — seja em termos de investimento, liderança em tecnologia e inovação ou educação —, áreas em que a ciência norte-americana tradicionalmente desempenhou um papel fundamental.

Os Estados Unidos desempenharam um papel significativo no avanço da ciência e da pesquisa em toda a América, atuando como um centro de inovação científica e colaboração. O país tem contribuído para uma ampla variedade de disciplinas científicas, desde a área da saúde e estudos ambientais até a exploração espacial e energias renováveis, por meio de suas instituições de pesquisa de excelência, inovações corporativas e liderança no desenvolvimento tecnológico.

A principal justificativa dada para os atuais cortes drásticos no financiamento, custos indiretos e pessoal nas agências científicas federais dos EUA é econômica. No entanto, como escrevemos em uma declaração anterior, a ciência não é uma despesa, mas um investimento. Os Estados Unidos têm sido o líder econômico global devido aos seus investimentos contínuos em ciência, tecnologia e inovação ao longo das últimas décadas, inspirando outros países a fazer investimentos semelhantes em CT&I. A IANAS espera que os EUA continuem a ser um modelo para o desenvolvimento de CT&I em todas as Américas.

Endossado por:

  • Academia Nacional de Ciências da Argentina
  • Academia Nacional de Ciências Exatas, Físicas e Naturais da Argentina
  • Academia Nacional de Ciências da Bolívia
  • Academia Brasileira de Ciências
  • A Real Sociedade do Canadá
  • Academia Caribenha de Ciências
  • Academia Chilena de Ciências
  • Academia Colombiana de Ciências Exatas, Físicas e Naturais
  • Academia Nacional de Ciências da Costa Rica
  • Academia Cubana de Ciências
  • Academia Nacional de Ciências do Equador
  • Academia de Ciências Médicas, Físicas e Naturais da Guatemala
  • Academia Nacional de Ciências de Honduras
  • Academia Latino-Americana de Ciências
  • Academia Mexicana de Ciências
  • Academia de Ciências da Nicarágua
  • Associação Panamenha para o Avanço da Ciência
  • Academia Nacional de Ciências do Peru
  • Academia Nacional de Ciências do Uruguai
  • Academia de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais da Venezuela

Baixe o PDF do comunicado, em inglês.

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