Zero risco, máxima relevância: o que aprendi no SXSW 2025 sobre o futuro das startups

Beatriz Ambrosio, CEO e founder da Mention
Beatriz Ambrosio, CEO e founder da Mention (Foto: Divulgação)

*Por Beatriz Ambrosio, CEO e founder da Mention, startup membro do Cubo Itaú

O SXSW nunca foi um evento sobre o agora. Ele sempre olhou para o que estará em alta nos próximos dois ou três anos, e, para quem empreende, essa antecipação pode ser a diferença entre liderar um mercado ou correr atrás dele. Minha primeira palestra no evento este ano foi sobre Zero Risk Startups — uma metodologia desenvolvida pelo autor Paulo Andrez — e trouxe uma provocação interessante: todo founder aprende a estruturar seu pitch para investidores, mas a real questão é que investidor não gosta de risco.

No universo early stage, é exatamente isso que acaba sendo comunicado. A busca por eliminar riscos do negócio é constante, e entender isso desde o início pode transformar não só a captação, mas a própria forma como a empresa é construída.

Se cercar de pessoas que se importam tanto quanto você é o que torna o processo de empreender menos solitário e mais sustentável. Construir um time que compartilha da mesma visão e cultura organizacional não é sobre preencher vagas, mas sobre garantir que, nos momentos turbulentos—e eles virão—, todos estejam dispostos a segurar o barco juntos. Empresas que entendem isso sabem que algumas pessoas são verdadeiras âncoras da cultura organizacional, e usá-las como motor propulsor para engajar o restante do time é uma estratégia mais eficaz do que qualquer pacote de benefícios.

No radar de tendências, a inteligência artificial domina o jogo: 37% dos deals de Venture Capital em 2024 foram para startups de IA, e esse número só tende a crescer. Foram 13 mega rounds em IA no último ano, e qualquer founder que ignore essa movimentação pode estar perdendo oportunidades cruciais. Mas, mesmo em meio à revolução tecnológica, uma coisa não muda: histórias B2B continuam sendo, em sua maioria, chatas. A chave para torná-las interessantes? Colocar as pessoas no centro, não o produto. No fim das contas, por mais futurista que uma tecnologia seja, ela sempre será usada por humanos.

Outro ponto que me chamou atenção é a forma como lidamos com comunicação e reputação. Diferente do marketing, que tem curadoria própria e publica o que quer, PR não funciona assim. A curadoria é feita pelo jornalista, e é isso que dá credibilidade ao processo. Mas credibilidade também está atrelada à previsibilidade: as pessoas lidam bem com notícias ruins, o que elas não toleram são surpresas. Transparência não é um bônus, é um pilar estratégico.

No final, o SXSW é sempre sobre olhar à frente. E se tem algo que empreendedores não podem se dar ao luxo de ignorar, é o futuro.

Em 2026, eu volto para contar mais novidades.

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