5 fatos sobre Doechii

Doechii é o momento. Vencedora do Grammy de melhor álbum de rap (categoria em que só outras duas mulheres foram contempladas na história da premiação), convidada para a primeira fila de desfiles nas semanas de moda europeias, headliner do Lollapalooza nos EUA (que acontecerá em julho) e dona de uma das apresentações mais elogiadas do Tiny Desk Concert (a rádio NPR, dona do programa, listou sua performance como uma das melhores do ano), ela fincou seu nome na música.

Com apenas 26 anos, a rapper também é o que se pode esperar de melhor para o futuro do hip hop pela qualidade de suas rimas, pela força de suas performances ao vivo ou pela forma criativa como as conecta com o R&B e o jazz. Elogiada por Beyoncé, abriu alguns shows da Renaissance Tour (2023), e a convite de Tyler, The Creator, já consolidado como um dos maiores de sua geração, participou do mais recente disco dele, Chromakopia (2024).

A seguir, saiba mais sobre a rapper:

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De Jaylah a Doechii

Jaylah Ji’mya Hickmon nasceu em 1998 em Tampa, na Flórida. O alter-ego Doechii surgiu ainda na infância, aos 11 anos, como uma forma de se proteger do bullying que sofria na escola. À revista Vulture, da New York Magazine, contou: “Jaylah pode ter sofrido bullying, mas decidi que a Doechii não sofreria”. Dali em diante, passou a fazer cursos extracurriculares e entrou em uma escola de música. Anos mais tarde, estudando para se tornar cantora de coral, foi convencida por uma amiga a produzir e lançar as próprias músicas online. Entre covers e canções autorais, nascia uma carreira no YouTube (onde também produzia vlogs) e no Soundcloud. Até que se tornou um nome conhecido do grande público, quando a faixa “Yucky blucky fruitcake” estourou no TikTok em 2021. Nessa época, passou por um momento de crise artística e na esfera pessoal, ao se perceber bissexual em uma devota família cristã. Mergulhou no livro de autoajuda O caminho do artista, de Julia Cameron, processo que foi documentado na série My creative recovery journey, em  seu canal do YouTube.

Lady Gaga e Doechii

Lady Gaga e Doechii
Foto: Getty Images

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Lady Gaga e Lauryn Hill 

Se o ano começou bem para a cantora, que saiu do Grammy 2025 com o  prêmio de melhor álbum de rap para Alligator bites never heal (só Lauryn Hill e Cardi B faturaram a categoria antes dela na história da premiação), ela segue com a moral em alta. No início do mês, durante um festival em Miami, foi convidada por Lauryn a cantar com ela o hit “Doo wop (that thing)” e foi chamada para entregar um prêmio no iHeartRadio Music Awards para outra ídola: Lady Gaga. Fez um discurso que emocionou a homenageada, dizendo que por ser desde criança uma “little monster” que se identificava como LGBTQIA+, via em Gaga mais do que uma diva pop, um refúgio. Com Katy Perry, outra de suas inspirações, realizou o desejo de gravar uma música, “I’m his, he’s mine”. 

Duas vezes “Anxiety”

Doechii conseguiu o feito de entrar duas vezes com a mesma canção na parada Hot 100 da Billboard. A história de seu megahit “Anxiety” começou em 2019, quando gravou uma primeira versão da música e a disponibilizou àquela altura apenas no YouTube. Usando o refrão dela, o rapper jamaicano Sleepy Hallow gravou a sua própria “ANXIETY”, com a estadunidense creditada como um feat. Lançada em 2023, a canção de Hallow estourou, e a versão da cantora também. Disponibilizada nas plataformas de streaming, a faixa de Doechii viralizou no TikTok, a ponto de Will Smith recriar uma cena de “Um maluco no pedaço” (série que protagonizou nos anos 90) com a música, convidando-a para participar. Na semana de 22 de março, “Anxiety” aparecia em 13º na lista da Billboard, enquanto “ANXIETY” figurava em 59º. Entre uma ansiedade e outra, o Brasil também entra na história: a versão de Doechii tem um sample de “Seville”, do violinista brasileiro Luiz Bonfá (1922-2001).   

Doechii e o Brasil 

Os fãs brasileiros não ficaram exatamente felizes no ano passado quando Doechii cancelou sua apresentação no Afropunk Experience, em São Paulo, dias antes de subir ao palco. Mas ela parece estar tentando se redimir: além da reverência com o sample em “Anxiety”, em fevereiro, prometeu vir ao Brasil em breve no X (antigo Twitter). No início de março, em entrevista ao programa “Hot Ones Versus”, disse que entre suas metas está vir ao país com frequência e falando português fluentemente.

 

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Desfile de looks

Para além da música, a moda é certamente outra área em que a cantora se expressa. Entre o streetwear e o sexy, a alfaiataria e o college style, Doechii marcou presença neste ano na primeira fila de desfiles das semanas de moda, sempre com looks autênticos, divertidos e nunca óbvios. Em Milão, fez sua estreia na passarela abrindo o desfile da Dsquared2. Em Paris, atraiu todas as atenções quando chegou ao jantar de Gala do Louvre, onde se apresentou, em um vestido Valentino amarelo e dourado bordado a mão. Já durante a semana de moda na capital francesa, virou notícia quando surgiu descalça na primeira fila do desfile da Chloé. Em meio ao hype, até a fita adesiva que ela usa ganhou um status de tendência. Com a finalidade de “levantar” alguma área do rosto, as chamadas facelifts em geral são escondidas, mas Doechii escolheu deixá-las aparentes numa “declaração de confiança” na própria aparência.

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