Ouro dispara, tarifas de Trump preocupam e Brasil resiste: a semana no mercado

Megadeals: o que podemos aprender com os maiores M&Asda história?

A última semana de março foi marcada por cautela generalizada no mercado internacional. A maior expectativa está concentrada no dia 2 de abril, quando entram em vigor as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sob liderança de Donald Trump. A medida, que impõe uma taxa de 25% sobre veículos e autopeças fabricados fora do país, já provocou reações no setor automotivo e trouxe instabilidade para as bolsas globais.

Segundo o operador de mercado Marco Prado, entrevistado no programa da BM&C News, a notícia impactou diretamente grandes montadoras como General Motors, Porsche e Volkswagen, que registraram fortes quedas nas ações entre quinta e sexta-feira. “A expectativa de geração de mais de 100 bilhões de dólares para a indústria americana vem à custa de muita tensão comercial. E isso derruba as bolsas”, afirmou Prado.

Mas o principal reflexo dessa incerteza apareceu no ouro. Considerado um dos ativos mais seguros em tempos turbulentos, o metal atingiu nova máxima histórica, superando US$ 3.100 a onça troy. Analistas projetam que pode chegar a US$ 3.300 nos próximos dias, diante do crescente movimento defensivo dos investidores. “O mercado mostrou claramente que está buscando proteção”, explicou Prado.

Commodities em geral, incluindo petróleo, operaram de forma mais lateralizada. Os ETFs também mostraram pouco apetite por risco.

PCE em linha, sem mudar o rumo do mercado

Nos Estados Unidos, o índice PCE, principal métrica de inflação monitorada pelo Federal Reserve, veio dentro das expectativas do mercado. Apesar disso, os dados não foram suficientes para alterar significativamente o sentimento dos investidores, que seguem de olho nas decisões do Fed para os próximos meses.

Brasil mostra resiliência: IPCA dá alívio ao mercado

No cenário doméstico, o Brasil apresentou sinais de resiliência. O IPCA mais recente mostrou uma alta mais controlada, o que ajudou a aliviar a percepção de curto prazo sobre a inflação. Ainda assim, o Banco Central segue com discurso firme, reforçando que novas altas de juros podem ser necessárias — o que gerou reflexos imediatos no mercado: dólar e juros futuros subiram.

Apesar disso, a Bolsa brasileira conseguiu se sustentar na casa dos 133 mil pontos, o que representa uma performance consistente em meio ao ambiente de instabilidade global. “Março foi um mês excelente para a Bolsa do Brasil. Com tudo lá fora ruim, a gente ainda conseguiu prosperar. Isso mostra força do mercado interno”, avaliou Marco Prado.

Com abril batendo à porta, investidores seguem atentos aos desdobramentos das tarifas americanas, à inflação global e ao posicionamento dos bancos centrais. Enquanto isso, o Brasil encerra o mês com um saldo positivo — mesmo navegando em mares turbulentos.

Leia mais notícias e análises clicando aqui

O post Ouro dispara, tarifas de Trump preocupam e Brasil resiste: a semana no mercado apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.