Neil Frances leva psicodelia para plateia que começou show sem conhecê-lo, mas terminou apaixonada no Lolla


Duo de indietrônica tocou para público cheio de buracos, mas que ficou feliz em descobrir um novo nome para botar na playlist. Neil Frances se apresenta no Lollapalooza 2025
Reprodução Globo / Multishow
Desde sua primeira edição brasileira lá em 2012, o Lollapalooza é conhecido por ser um festival que foca em trazer não somente nomes hypados, mas também artistas de nicho. Sempre há oportunidade de conhecer boas atrações — outras nem tanto. Neste ano, o Neil Frances é um dos casos que levam à pergunta “quem são esses?”. E o duo conquistou novos fãs na tarde de domingo (30).
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Ok, eles até podiam já ter fãs à espera de seu show, no palco Samsung Galaxy. Mas, de duas opções, uma: ou havia apenas um punhado inexpressivo de fãs, ou eles são contidos demais para demonstrar amor aos ídolos. Isso porque a impressão é de que (quase) ninguém ali sabia quem estava no palco. 
Era difícil encontrar alguém que cantasse as letras — eu mesma não encontrei. Os dançantes, no entanto, eram muitos. A maioria do público se envolveu do início ao fim do show. Pareciam bastante interessados no som dos músicos, que curtem mesclar o analógico com o digital em músicas vibrantes. 
Costurando o house dos anos 1980 ao chamado indietrônica, o australiano Jordan Feller e americano Marc Gilfry sabem como fazer um show digno de pista psicodélica. A apresentação é tão boa quanto às gravações em estúdio. Na verdade, é muito superior, porque a experiência ao vivo tem tudo a ver com a proposta do Neil Frances. 
É um show para brisar. Sintetizadores, o vocal gritado de Marc, grooves potentes e solos de bateria, baixo e guitarra se unem embrulhados por uma energia otimista altamente alucinógena. Algumas faixas como “Be Free” chegam a soar como uma máquina do tempo — cujo destino é um futuro em que todos usam roupinhas prateadas, mas dançam sob uma nostalgia dos anos 70 e 80.
Para endossar essa energia caótica, os telões exibiam cenas distorcidas com imagens que iam de um céu borrado a cenas do próprio palco derretendo.
É um show que lembra a estética de nomes como Tame Impala, Jungle e Poolside. Gente dançando ao som de músicas que brincam com o eletrônico instrumental.
Quase não teve conversa com o público. Apenas o de sempre: “São Paulo”, “obrigado”, “aproveitem o dia”, esse tipo de fala meio protocolar. Em compensação, se esforçam para dialogar com a plateia através da música. E conseguem com bastante facilidade.
Após entregarem uma performance incrível, os músicos ganharam os corações curiosos que agora tem um novo nome em suas playlists.
Os músicos abriram o show ao som de “It’s like a dream”, e tocaram faixas como “Ask Me Anything”, “These Days” e “Dumb Love”. O maior hit deles, “Music Sounds Better With You”, reativou a memória de algumas pessoas. Tipo “ah, essa já ouvi”. Foi o único ponto da apresentação em que vários celulares foram erguidos ao mesmo tempo. No restante, as pessoas estavam mais preocupadas em curtir dançando. Às vezes, o desconhecido traz só benefícios.
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