Varejo brasileiro diante das mudanças: estratégias para liderar o futuro

Varejo
Varejo. Foto: Canva

*Por Fernando Gibotti, CEO de CRM & Ciência do Consumo da Rock Encantech

O varejo brasileiro está passando por uma transformação sem precedentes, impulsionada por mudanças econômicas, demográficas e nas preferências dos consumidores. Em um cenário onde mais da metade das famílias estão endividadas e a taxa de crescimento populacional do Brasil começará a cair a partir de 2030, o setor precisa se reinventar para manter a competitividade.

Há outros pontos importantes no cenário que impactam a forma de consumo dos brasileiros. A desvalorização da moeda e o endividamento das famílias reduziram significativamente o poder de compra do consumidor, assim como o crescimento das apostas on-line. O Brasil também está envelhecendo rapidamente. Até 2030, haverá 21 milhões de idosos a mais e 8 milhões de crianças e jovens a menos. Isso impacta diretamente a demanda por produtos e serviços, exigindo do setor uma adaptação em seu portfólio.

Além disso, os consumidores estão adotando novas categorias de produtos mais rápido do que nunca. O que antes levava anos para se consolidar, agora acontece em meses. Por isso, a personalização e a adoção de estratégias se tornam primordiais para atrair clientes e estimular o consumo.

Perspectivas para o varejo

O varejo precisa não apenas acompanhar as mudanças, mas liderá-las, antecipando tendências e guiando o mercado com inovação e foco no consumidor. Para se manterem relevantes, os varejistas precisam adotar soluções inovadoras.

Uma dessas alternativas é a precificação assertiva, que consiste em definir preços competitivos com base em análises de mercado e dados de consumo. Essa estratégia permite ajustar preços de forma mais eficiente, aumentando a atratividade das ofertas e melhorando a margem de lucro.

Outra iniciativa importante é a implementação de programas de cashback e benefícios, que se mostram fundamentais para atrair clientes com menor poder aquisitivo. Esses programas não apenas incentivam novas compras, mas também promovem a fidelização do consumidor.

A transformação das lojas físicas também se tornou relevante. Muitas redes estão reduzindo a área de venda e investindo em espaços que priorizam a experiência do consumidor, com maior digitalização de processos. Essa abordagem conecta o ambiente físico ao digital, proporcionando uma jornada de compra mais integrada e personalizada.

Por fim, a gôndola estendida surge como um caminho inovador para ampliar a oferta de produtos sem aumentar os custos operacionais. Com essa estratégia, o varejista disponibiliza itens que não estão fisicamente na loja, viabilizando um portfólio mais amplo e atendendo melhor às necessidades dos clientes.

O varejo do futuro será construído sobre dois pilares fundamentais: valorização dos colaboradores e consumidores como principais ativos do setor e inteligência dos dados para monetização das informações como um diferencial competitivo.

O primeiro pilar é sustentado pelo foco em experiências melhores para cada usuário de forma engajada por todos os profissionais da área. Enquanto o segundo ponto, aborda o uso estratégico das informações coletadas pelas organizações para gerar novas fontes de receita. Com milhões de transações sendo processadas diariamente, os varejistas têm acesso a uma enorme quantidade de informações sobre comportamento de compra, preferências e padrões de consumo.

As empresas que souberem aliar tecnologia, personalização e inovação estarão preparadas para liderar essa nova era do consumo. Diante das transformações econômicas e sociais, o varejo precisa se adaptar, garantindo experiências de compra mais eficientes e personalizadas para um consumidor cada vez mais exigente e seletivo.

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