Ibovespa fecha em queda no último dia de março

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado financeiro brasileiro viveu mais um dia de volatilidade nesta segunda-feira, 31 de março de 2025, com o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, apresentando um movimento de queda. O índice registrou uma queda de 1,25%, fechando aos 130.260 pontos, após atingir a faixa de 133 mil pontos nos dias anteriores. Leandro Martins, analista CNPI, destacou que a situação externa e interna contribuiu para a cautela no mercado.

“Embora o Ibovespa tenha mostrado uma leve recuperação no primeiro trimestre de 2025, hoje vimos uma queda mais intensa no índice. Desde sexta-feira, o cenário tem se agravado, com o mercado reavaliando fatores internos e externos”, comentou Leandro no programa Closing de hoje.

Cenário internacional e suas implicações

A tensão global, especialmente em relação às tarifas comerciais dos Estados Unidos, segue afetando os mercados. O analista explicou que a expectativa é de que o governo americano anuncie novas tarifas ainda nesta semana, o que tem gerado incerteza. “Temos uma preocupação com o cenário externo, com os EUA planejando aumentar tarifas, o que pode impactar ainda mais a economia global”, observou Leandro Martins.

Desafios no cenário doméstico

No cenário doméstico, os dados econômicos também apresentaram desafios. O boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, trouxe uma revisão para baixo na expectativa de crescimento do PIB para 2025, que caiu de 1,98% para 1,97%. Além disso, o IPCA, que é o indicador da inflação, segue teimoso, com uma projeção de 5,65%, muito acima da meta do governo, que é de 3%. “O mercado não está muito confiante em uma convergência dessa inflação tão cedo”, afirmou Leandro Martins. A expectativa é de que a taxa Selic continue elevada, sem grandes mudanças, até o fim de 2025.

Dólar: tendência de queda

O dólar comercial, por sua vez, fechou o dia em queda de 0,98%, cotado a R$ 5,7053. Leandro Martins apontou que, apesar das tensões no mercado, o movimento do dólar foi favorável para os investidores, com uma correção mais tranquila. “O dólar não está estressando. Se tivesse um movimento de alta com um volume elevado, aí o risco seria maior. Mas o dólar segue em queda, o que dá um alívio ao mercado local”, comentou o analista.

O olhar sobre o mercado de criptomoedas

Leandro também compartilhou sua análise sobre o mercado de criptomoedas, destacando a pressão sobre o Solana, Ethereum e Bitcoin. Ele alertou sobre o perigo iminente de uma possível queda para o Solana, que está próximo de um importante nível de suporte, e destacou que o Bitcoin está um pouco mais forte, mantendo-se acima do suporte mais relevante. “Solana está em uma região perigosa. Já o Bitcoin ainda está tentando se sustentar acima dos 80 mil, o que é um bom sinal”, comentou.

Oportunidades no Ibovespa: Minerva e Brasil Agro

O analista ainda compartilhou algumas oportunidades no mercado de ações. “Minerva (BIFE3) é uma das empresas que eu estou acompanhando de perto. A ação está apresentando uma bela bandeira de alta, indicando uma possível continuação da tendência de valorização. Quem já tem, mantém, e quem não tem, pode considerar a compra”, destacou Leandro Martins.

Outra recomendação foi para a Brasil Agro (AGRO3), que também está em um ponto interessante de reversão. “A empresa está rompendo uma resistência importante, e vejo um bom potencial de valorização. Quem já tem, deve manter, e quem não tem, pode entrar com o objetivo de capturar a reversão de tendência”, completou o analista.

Noticiário corporativo: BRB e JBS em foco

O mercado também acompanhou algumas movimentações corporativas de destaque. O Banco de Brasília (BRB) anunciou a compra de 58% do Banco Master, em uma transação de R$ 2 bilhões, o que deve fortalecer sua atuação no mercado financeiro. Já a JBS também ganhou atenção, com investimentos de R$ 100 milhões em fábricas no Vietnã, reforçando sua presença no mercado asiático. Leandro Martins foi cauteloso ao analisar a JBS, destacando que, apesar das boas notícias, o ativo pode enfrentar dificuldades caso não consiga superar algumas resistências.

Petrobras e a troca no conselho

Petrobras também apareceu no radar do mercado, após a troca de membros do Conselho de Administração. Leandro Martins observou que, apesar da mudança, o impacto no preço das ações foi limitado. “O movimento especulativo em Petrobras já aconteceu, com a ação subindo bastante nas últimas semanas. Agora, o papel pode estar em uma fase de correção, e os investidores precisam ficar atentos”, alertou.

Perspectivas para o Ibovespa

Com um cenário misto de desafios internos e externos, Leandro Martins enfatizou que o mercado precisa de paciência e calma. “O mercado já nos deu um sinal de retomada desde sexta-feira, mas as tensões externas e internas aumentaram um pouco. A recomendação é sempre acompanhar as oportunidades e estar preparado para as flutuações”, finalizou.

O fechamento do dia foi um reflexo dessa cautela. Com o Ibovespa em queda e o dólar em baixa, os investidores se mantiveram atentos aos próximos movimentos do governo dos Estados Unidos e às revisões do mercado interno, principalmente em relação à inflação e ao crescimento do PIB. No entanto, as oportunidades em ações específicas como Minerva (BIFE3) e Brasil Agro (AGRO3) continuam atraindo a atenção dos investidores mais focados no longo prazo.

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