Samsung pode ter prejuízo bilionário caso Trump resolva acabar com a Lei CHIPS (80% da equipe já teria sido demitida)

Donald Trump começou a cumprir o que vinha prometendo: está desmontando boa parte das iniciativas criadas durante o governo Biden. A mais recente foi o corte de 80% da equipe responsável pela Lei CHIPS — ou seja, cerca de 120 dos 150 funcionários da CPO (Chips Program Office), ligada ao Departamento de Comércio dos EUA, estão sendo desligados, segundo apuração do site coreano Chosun.

A ação sinaliza um possível desmonte da própria Lei CHIPS, que foi a base para atrair bilhões de dólares em investimentos de empresas como Samsung e SK Hynix em solo americano. Até mesmo empresas americanas, como a Intel, se beneficiaram dessa lei.

Samsung e SK Hynix temem prejuízo bilionário

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As gigantes sul-coreanas fizeram apostas pesadas nos Estados Unidos com a expectativa de receber subsídios prometidos pelo governo Biden. A Samsung, por exemplo, investiu cerca de 17 bilhões de dólares na construção de uma fábrica no Texas e foi contemplada com uma promessa de subsídio de US$ 4,75 bilhões — pouco mais de 12% do valor investido. Mas o dinheiro ainda não chegou.

Já a SK Hynix, de forma mais cautelosa, iniciou o projeto mas não chegou a iniciar a construção da fábrica. O acordo inicial previa US$ 458 milhões em subsídios, também ainda não pagos.

Mudança de governo, mudança de regras?

Com Trump no comando, o temor é que os acordos firmados anteriormente sejam alterados — ou até cancelados. A equipe de transição vem pedindo que os próprios funcionários da CPO renunciem aos cargos antes mesmo da demissão, uma tática que pode acelerar o esvaziamento da estrutura.

Nem mesmo nomes importantes como Dan Kim, ex-executivo da SK Hynix que atuava como chefe de estratégia e análise de mercado dentro da CPO, escaparam. Kim pediu demissão na semana passada.

A guilhotina no setor público

As ações de Trump têm respaldo dentro do chamado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), projeto liderado por Elon Musk com foco em cortes e reestruturações. O resultado é um clima de incerteza para todas as empresas que apostaram nos EUA esperando contrapartidas financeiras.

Alguns rumores indicam que a Micron teria conseguido liberar uma pequena parte dos subsídios, por já possuir infraestrutura local pronta. Isso levanta dúvidas sobre favorecimento e possíveis práticas de concorrência desleal com empresas estrangeiras.

Credibilidade em xeque

Se os contratos forem alterados unilateralmente, a confiança internacional nos EUA como destino para investimentos estratégicos pode desabar. Para Samsung e SK Hynix, o risco não é só perder o subsídio, mas ficar no prejuízo bilionário — ou ter que aceitar novas condições, potencialmente menos vantajosas.

Mais do que uma disputa comercial, o episódio reacende o debate sobre segurança jurídica e previsibilidade para empresas que operam globalmente.

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