Escritores britânicos processam a Meta por violação de direitos autorais com IA

A Meta está novamente no centro de uma polêmica envolvendo o uso de material protegido por direitos autorais no treinamento de seus modelos de inteligência artificial. Agora, um grupo de escritores britânicos decidiu tomar medidas legais contra a empresa.

Escritores acusam a Meta de uso indevido de obras literárias

Segundo informações publicadas pelo site Engadget, a Sociedade de Autores — um grupo que reúne escritores como Richard Osman, Kazuo Ishiguro, Val McDermid e Sarah Waters — divulgou uma carta aberta denunciando que a IA LLaMA 3, da Meta, foi treinada com livros protegidos por direitos autorais, sem qualquer autorização.

A denúncia foi feita por meio da plataforma Change.org, direcionada à secretária de Estado do Reino Unido, Lisa Nandy. O grupo pede que o governo cobre explicações da Meta e exija compensações aos autores afetados.

A origem da polêmica: banco de dados pirata usado pela Meta

O estopim para a ação veio após uma reportagem do The Atlantic, publicada em 20 de março, revelar que a Meta utilizou a base de dados LibGen — conhecida por abrigar milhões de livros pirateados — para treinar seus modelos de IA. Segundo a matéria, mais de 7,5 milhões de obras estariam nessa base, usada sem permissão dos autores.

Há relatos de escritores que descobriram apenas agora que seus livros fazem parte do conjunto de dados que alimentou a LLaMA 3. Muitos reagiram com indignação nas redes sociais e em vídeos, criticando o uso não autorizado de seus trabalhos.

Meta pode ter agido com autorização direta de Zuckerberg

zuckerberg

Ainda de acordo com o The Atlantic, o próprio CEO da Meta, Mark Zuckerberg, teria autorizado o uso da LibGen como fonte de dados para treinar a IA. A denúncia aumentou a pressão pública sobre a empresa, que já enfrenta questionamentos em outras frentes por práticas semelhantes.

Carta exige responsabilização e reparação

Na carta, os autores pedem que os executivos da Meta compareçam ao Parlamento britânico e se comprometam publicamente a respeitar os direitos autorais. Eles também exigem que qualquer violação anterior seja compensada.

“Esses casos estão revelando o comportamento sem escrúpulos das big techs, que exploram obras protegidas com a certeza de que não serão responsabilizadas”, diz o trecho do documento.

O grupo destaca ainda que os autores individuais não têm condições de enfrentar uma gigante como a Meta em uma disputa judicial, e pede que o governo atue com urgência.

“Não agir com rapidez trará um impacto catastrófico e irreversível aos autores do Reino Unido.”

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