Em meio à Orange Monday, até o iPhone pode ficar mais caro

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iPhone (Foto: Canva)

Na véspera da aplicação do megapacote tarifário que o presidente norte-americano Donald Trump anunciou na semana passada, a bolsa abriu em polvorosa esta segunda (07), com fortes oscilações e mercado inclusive ativando circuit breaker. Além disso, outros reports já mostram como o “tarifaço” vai afetar alguns dos principais bens de consumo ianques – e pode até interferir na compra do seu próximo iPhone.

No que muitos já estão chamando de “Orange Monday” (uma referência ao crash da Bolsa de Nova York em 1987), investidores começaram o dia nervosos com os efeitos do pacote de tarifas, e isso refletiu nas bolsas ao redor do mundo. No Japão, o índice Nikkei despencou 8%, obrigando a Bolsa de Tóquio a ativar o circuit breaker e suspender negociações.

Nos EUA, a bolsa abriu esta manhã com alta volatilidade, com o S&P 500 chegando a operar abaixo dos 5 mil pontos, um sinal claro de bear market para analistas, e inclusive criando a preocupação com possíveis chamadas de margem (margin calls) para determinadas ações, como a da Tesla, empresa que já perdeu cerca de 10% de seu valor na última semana.

Não demorou muito para que nomes grandes do mercado dessem sua opinião sobre a “Orange Monday”. Um dos primeiros foi Jamie Dimon, CEO do JP Morgan Chase, que alertou investidores sobre uma “turbulência considerável” no mercado, e acusando Trump de escalar uma “guerra tarifária”.

“As tarifas recentes provavelmente aumentarão a inflação e estão levando muitos a considerar uma maior probabilidade de recessão”, escreveu Jamie em uma carta aos acionistas na manhã desta segunda. “Ainda é incerto se o conjunto de tarifas causará uma recessão, mas certamente desacelerará o crescimento.”

Até o megainvestidor Bill Ackman, um dos maiores apoiadores de Donald Trump na sua última campanha presidencial, lançou críticas ao titular da Casa Branca. Segundo ele, o pacote tarifário está criando o risco de um “inverno nuclear econômico autoinduzido”, e pediu que o governo reconsiderasse.

“Negócios são um jogo de confiança. O presidente está perdendo a confiança de líderes empresariais ao redor do mundo. As consequências para o nosso país e para os milhões de cidadãos que apoiaram o presidente — em especial os consumidores de baixa renda, que já estão sob enorme pressão econômica — serão extremamente negativas. Não foi por isso que votamos”, disparou Bill, eu seu perfil no X.

E o iPhone?

Em meio à tudo isso, um relatório do banco de investimentos UBS chamou a atenção para como o pacote de tarifas impactará um dos bens de consumo mais simbólicos do mercado norte-americano – o IPhone. Segundo o report, o tarifaço pode causar uma onda de aumentos na cadeia produtiva do smartphone, já que a fabricação destes itens passa por países como China, Índia, Vietnã, Taiwan e México.

No caso do iPhone 16 Pro Max, a estimativa do UBS é que o iPhone possa aumentar em 29% o seu valor na loja, e o Apple Watch Ultra 2 pode ter um reajuste de 19%.

O estudo também analisou os possíveis aumentos para outros hardwares em alta, como o caso de servidores, tanto os para data centers tradicionais quanto os de inteligência artificial. Servidores tradicionais, cuja maior parte da fabricação global fica em Taiwan, podem ter aumentos de 27%. Quanto aos servidores de IA, o banco não deu sua previsão, em função da incerteza sobre a isenção tarifária que estes produtos podem ainda receber, segundo uma própria fala de Donald Trump na semana passada.

“Embora as ações de tecnologia tenham caído acentuadamente na semana passada, muitas empresas da cadeia de suprimentos, assim como grandes marcas de tecnologia, ainda estão tentando entender o impacto exato das tarifas recentes. Também há certa confusão em relação à isenção de semicondutores e à não isenção de hardware. Para contextualizar, semicondutores ou chips são um dos principais itens de custo dentro do hardware de tecnologia e, se não houver compensação ou ajuste tarifário para os semicondutores usados no hardware, os lucros do setor de tecnologia provavelmente cairão de forma significativa”, observou o banco.

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