Evolução das despesas do Brasil: economista alerta para déficit de 10,4% do PIB

O déficit fiscal brasileiro continua a ser um dos temas mais preocupantes no cenário econômico de 2024. Segundo o economista VanDyck Silveira, as projeções indicam que o déficit nominal deve atingir 10,4% do PIB até o final do ano. Este panorama levanta alertas sobre a trajetória econômica do Brasil e a necessidade de uma abordagem mais abrangente para lidar com os desafios fiscais do país.

Entendendo o déficit nominal e a comparação com países emergentes

Silveira destaca que, em um contexto onde o Brasil já enfrentou diversas práticas de contabilidade criativa e ajustes fiscais, é imprescindível considerar o déficit nominal que contabiliza todas as receitas e despesas em vez de focar apenas no déficit primário. “Precisamos olhar para o quadro completo, contabilizando todas as entradas e saídas, especialmente após anos de manobras fiscais e ‘pedaladas’”, explicou o economista.

O Brasil, como uma economia emergente, deve buscar uma relação dívida/PIB alinhada com a de países de renda média, que varia entre 65% e 70%. Entretanto, atualmente, essa relação gira em torno de 84%, indicando a necessidade de ajustes profundos e estruturais.

Fonte: VanDyck Silveira

O impacto na política monetária e o risco cambial

A situação fiscal também pressiona a política monetária e impacta o câmbio. Mesmo com os recentes aumentos nas taxas de juros, Silveira alerta que essa medida não tem sido suficiente para conter a desvalorização do real. Ele menciona que, com o fortalecimento do dólar impulsionado por políticas globais, como as do governo de Donald Trump, o Brasil pode enfrentar um cenário cambial ainda mais desafiador. “Precisamos observar com cautela, pois essa pressão no câmbio pode se intensificar, especialmente considerando o contexto global”, afirmou.

‘Dominância fiscal’ e a necessidade de reformas

Um dos pontos mais críticos levantados por VanDyck Silveira é a possibilidade de o Brasil entrar em um cenário de dominância fiscal. Nesse cenário, os juros elevados perdem eficácia em controlar a dívida, tornando urgente uma mudança na política fiscal. “O Brasil já passou por algo semelhante em 2014, que culminou no impeachment e em uma crise de inflação descontrolada”, relembrou. Para evitar um desfecho semelhante ao de anos anteriores, Silveira defende um movimento sério e profundo por parte da política fiscal. Medidas como a reestruturação do gasto público e a busca por um equilíbrio sustentável entre receitas e despesas são essenciais para estabilizar a economia e colocar o país em uma trajetória de crescimento.

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