Descubra como o avanço do mar pode afetar a engenharia brasileira

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Imagina se as cidades praianas mais icônicas do nosso Brasilzão sumissem de vez ou tivessem parte de seus territórios devastados por conta do avanço das águas. Terrível não é? Mas saiba que isso pode acontecer. Claro que essa realidade deixou de parecer ficção depois de casos como o de Porto Alegre, com as enchentes de maio de 2024. E agora, para completar, um estudo recente da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, aponta que, até 2100, o nível do mar pode subir até 1,9 metro, caso as emissões de gases de efeito estufa continuem em ritmo acelerado.

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Imagem meramente ilustrativa gerada por IA de Gemini

Acha que essa medida é pouca coisa? Pois saiba que esse número é suficiente para transformar completamente o nosso mapa-múndi. E já podemos esperar que isso afete diretamente a engenharia brasileira e a infraestrutura do nosso país. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

O cenário na engenharia civil e urbana

Se o nível dos oceanos chegar nessa marca, como é previsto pelos cientistas de Singapura, a engenharia global deverá enfrentar desafios inéditos! Aqui no Brasil, as cidades já com áreas vulneráveis são aquelas próximas ao mar e a rios, como o Rio de Janeiro. O avanço poderá comprometer seus sistemas de drenagem e saneamento básico, além de estruturas de pontes, túneis e rodovias; comprometer redes elétricas e de abastecimento de água – sobretudo pela salinização e inundações – e levar de arrasto moradias populares em zonas de risco.

Diante disso, seria preciso repensar por completo o planejamento urbano e os códigos de obras dessas cidades. Lembrando que a adaptação não será apenas uma escolha, mas uma questão de sobrevivência.

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A engenharia ambiental no centro da crise

Se a engenharia civil e urbana do Brasil será afetada, só imagine a ambiental. Certamente, ela estará no centro do enfrentamento desses impactos da elevação do mar. Inclusive, além de enfrentar os efeitos, terá de atuar na prevenção e mitigação do problema. Por exemplo, monitorando tal elevação e a qualidade das águas; desenvolvendo sistemas de alerta; recuperando áreas de manguezais e alagadas (barreiras naturais); e contribuindo com feedbacks para obras de expansão urbana em áreas sensíveis.

A infraestrutura crítica e possíveis colapsos em cadeia

O foco das atenções dos cientistas está na infraestrutura crítica das cidades costeiras. Estamos falando de hospitais, escolas, estações de tratamento de água, portos, aeroportos, centros de dados, etc. Essas são as peças chaves para o funcionamento de qualquer cidade, e sua paralisação pode causar colapsos em cadeia. Aliás, Porto Alegre sabe bem como é isso! As enchentes de 2024 colocaram em cheque sua cadeia de engenharia; é preciso reforçar urgente seus diques e canais de escoamento, além de melhorar seu sistema de bombeamento, para manter habitáveis as áreas abaixo do nível do Rio Guaiba.

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A engenharia brasileira como protagonista de uma mudança

O avanço do mar é real, crescente e cada vez mais próximo – até porque o ser humano parece não aprender com seus erros. Mas vamos pensar positivo; a engenharia brasileira pode servir de exemplo para o mundo – se ela se empenhar bem -, liderando a resposta técnica e prática à maior crise ambiental da nossa era. É assim: ou encaramos essa missão com seriedade e urgência, ou a próxima geração de engenheiros poderá estar calculando não como construir, mas como abandonar o que foi feito até aqui.

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Cabe a você, engenheiro, a missão de criar projetos mais resilientes, promover o planejamento urbano sustentável, conscientizar a sociedade e antecipar possíveis riscos – tudo isso com o objetivo de preservar vidas e minimizar impactos econômicos.

Algumas medidas possíveis incluem:

  • Mapear áreas de risco com pesquisas e simulações locais.
  • Inovar em materiais e tecnologias resistentes ao clima.
  • Reduzir emissões em todos os setores produtivos.
  • Construir barreiras costeiras inspiradas em modelos internacionais.
  • Revisar o zoneamento urbano e evitar áreas de risco.
  • Elevar estruturas essenciais com soluções como fundações profundas.
  • Planejar áreas de refúgio para emergências.
  • Usar tecnologias de monitoramento em tempo real.

Reengenharia das cidades

Num primeiro momento, caso o ser humano não mude de rota e continue destruindo o planeta na mesma velocidade, o Brasil poderá enfrentar uma onda de migração climática interna. Os esforços da engenharia podem não ser suficientes para barrar os efeitos das mudanças climáticas. Milhares de pessoas vão se ver forçadas a sair de áreas litorâneas rumo a regiões mais elevadas. Assim sendo, devem ser construídas novas cidades para acolher os migrantes, e construídas novas redes de apoio, como de saneamento e transporte.

Enfim, os engenheiros precisarão trabalhar com outros profissionais e políticos para conseguir reduzir a pressão sobre as cidades que receberão esse contingente populacional.

Veja Também: Como defender cidades do aumento do nível do mar


Fontes: O Globo.

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