Caso Gisele: suspeito confessou ter matado vítima com um tiro e disse à polícia que cavou cova três dias antes do crime em Santarém


Ao g1, a delegada titular da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) Andreza Sousa informou que o vigia da escola confessou ter matado a Gisele Batista Ribeiro. vítima foi identificada como Gisele Ribeiro Batista, de 38 anos.
Rede Sociais/Reprodução
A Polícia Civil (PC) investiga um caso de feminicídio registrado no bairro Aeroporto Velho em Santarém, no oeste do Pará. O corpo de Gisele Batista Ribeiro, de 38 anos, foi encontrado enterrado em uma cova rasa no terreno da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes, na tarde de terça-feira (8).
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Nesta quarta (9), em entrevista exclusiva ao g1 e a TV Tapajós, a delegada titular da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam) Andreza Sousa, falou sobre as investigações e o depoimento do suspeito.
De acordo com a delegada, o suspeito contou em depoimento que matou a vítima por, supostamente, estar sendo extorquido pela mulher.
“Ele confessou. Dizendo ele, que combinou de encontrar com ela para dar uma quantia em dinheiro para ela. Segundo ele, ela estava extorquindo ele, pedindo dinheiro incessantemente, sendo que segundo ele, ele já dava uma quantia de aproximadamente R$ 3 mil por mês, mas ela achava que era insuficiente. Então ela queria que ele vendesse a casa dele para dar mais dinheiro a ela”, relatou a delegada.
Desaparecimento
Gisele Ribeiro Batista tinha 38 anos e, segundo a polícia, estava desaparecida desde a sexta (4). Ela foi vista pela última vez no domingo (6), próximo à Escola Brigadeiro.
As buscas iniciaram após a irmã da vítima, uma policial militar, informar sobre o desaparecimento de Gisele e registrar o caso na Delegacia de Polícia Civil.
As investigações contaram com equipes do Núcleo de Apoio às Investigações (NAI) e o serviço de inteligência da Polícia Militar.
Localização do corpo
Corpo foi encontrado enterrado em terreno anexo à escola
Kamila Andrade/g1
O corpo de Gisele foi encontrado durante diligências dos policiais do NAI no terreno da Escola Brigadeiro Eduardo Gomes.
Gisele foi enterrada em uma cova rasa em uma área coberta por mato. O local onde o corpo foi encontrado não era acessado pelos alunos.
O que o suspeito contou em depoimento?
Em depoimento, o suspeito identificado como Raimundo Rafael Lopes de 60 anos, confessou a autoria do crime. O homem contou que tinha um relacionamento há aproximadamente 7 anos com Gisele.
Ele contou à Polícia Civil que Gisele foi até sua casa pegar uma quantia em dinheiro e, cansado dos episódios de extorsão, acabou cometendo o crime. Em depoimento ele contou que ela exigia parte do seu pagamento mensal de vigia, além de estar pressionando ele a vender um imóvel para dividir o dinheiro com ela.
Raimundo contou que levou o corpo até a área da escola, onde a cova já teria sido cavada há aproximadamente três dias antes do crime.
Para matar Gisele, o homem teria primeiro sufocado ela com álcool. Depois que a vítima desmaiou ele teria efetuado um disparo de arma de fogo nas costas dela. A arma de fogo utilizada no crime teria sido alugada pelo suspeito, mas ainda não foi encontrada, segundo a polícia.
“Segundo ele, cansado desses pedidos de dinheiro, porque segundo ele, ela fazia ameaças contra ele, ele planejou a morte dela e premeditou o crime, inclusive cavou a cova dela uns três dias antes e combinou com ela de ir à casa dele para receber esse dinheiro. Chegando lá ele teria colocado álcool no rosto dela e segundo ele, ela teria desmaiado e ele teria desferido um disparo de arma de fogo nas costas dela. Ele confessou o crime e a delegada pediu a prisão dele e ontem mesmo o Poder Judiciário decretou a prisão dele”, completou a delegada Andreza.
Investigações
Com a localização do corpo de Gisele, a Polícia Civil vai iniciar as investigações. Raimundo já foi ouvido, mas poderá prestar novos depoimentos à polícia, caso seja necessário já que houve divergências entre o relato de Raimundo à Polícia e à imprensa local.
Além disso, a Polícia deverá analisar imagens de câmeras de segurança para saber como aconteceu o crime, além de ouvir amigas de Gisele, familiares e outras testemunhas que vão contribuir para elucidação do caso.
Além de responder pelo crime de feminicídio, o homem também poderá responder por ocultação de cadáver. Ele teve a prisão preventiva decretada ainda na noite de terça (8) e foi transferido para a penitenciária de Santarém, onde deve permanecer à disposição da polícia e da justiça.
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