Acidente de ônibus que matou 11 em Minas Gerais foi o mais trágico da rodovia MG-223 em três décadas, diz policial


Sargento da Polícia Militar Rodoviária, que atua há 27 anos na fiscalização das estradas estaduais do Triângulo Mineiro, conta que tombamento de ônibus com morte de 11 passageiros foi o mais violento deste período. Pelo menos 4 passageiros morrem em acidente de ônibus na MG-223 em Araguari
Corpo de Bombeiros/Divulgação
O trecho da MG-223 em que um ônibus tombou com 54 pessoas e deixou 11 mortos teve 91 acidentes nos últimos 11 anos, desde que o Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais começou a monitorar a quantidade de acidentes na via por meio do Painel de Acidentes de Trânsito (PAT), em 2014.
Não há dados oficiais mais antigos, mas o sargento Amador Gomes Júnior, da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), afirma que o acidente da última terça-feira (8) foi o mais trágico que ele teve conhecimento nos 27 anos em que trabalha na rodovia MG-223.
Para o sargento, a causa da maioria dos acidentes é a falta de atenção e imprudência dos próprios motoristas.
“Essa região passou recentemente por manutenção, ela tem todas as sinalizações de trânsito bastante evidentes e constantemente realizamos blitze educativas. Sem dúvidas, a falta de atenção é a maior motivadora dos acidentes. Os motoristas se distraem seja com o celular ou com o próprio cansaço, querem chegar a todo custo, ignoram a necessidade do descanso”, explicou.
Dos 27 passageiros feridos, 10 ainda continuam internados.
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Blitz educativa na MG-223 no Triângulo Mineiro
PMRv/Divulgação
De acordo com dados do PAT, ferramenta da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, 48 dos acidentes registrados na MG-223 tiveram vítimas, enquanto 43 não registraram feridos, nem mortos. Dez dos 91 acidentes foram registrados em 2024 e 12 em 2023.
“O que nós pedimos é que os motoristas fiquem atentos, parem e descansem quando for necessário. Sabemos que este é um trecho em que os condutores passam vindo principalmente de regiões mais distantes, mas precisamos redobrar os cuidados. Não é fácil voltar ao trabalho, mas de certa forma isso nos motiva a realizar ainda mais blitze e orientar os condutores para que algo assim nunca mais aconteça”, finalizou o Sargento Amador Júnior.
O g1 questionou o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) a respeito de ações de prevenção de acidentes na região e, segundo o departamento, a rodovia MG-223 se apresenta em boas condições de tráfego, com a manutenção e a conservação rotineira em dia e com a sinalização em bom estado de conservação e que é constantemente monitorada pelo órgão.
Acidentes recentes deixaram três mortos
Em julho do ano passado, um tenente da PM morreu após o veículo capotar próximo a Tupaciguara.
Um mês depois, uma jovem de 28 anos morreu e outras sete pessoas ficaram feridas em uma batida frontal entre dois carros, entre as cidades de Estrela do Sul e Monte Carmelo.
Em 2021, um motociclista também morreu na rodovia após bater em um ônibus. Uma passageira ficou ferida no acidente. No ano seguinte, um motorista de 27 anos morreu depois de bater com um caminhão-tanque próximo a Araguari.
mortos acidente araguari mg 223
Reprodução/TV Integração
MG-223
A MG-223 é uma rodovia estadual com uma extensão de 62,2 quilômetros que inicia no entroncamento com a BR-365, próximo a Patrocínio, e termina no entroncamento com a BR-452, em Tupaciguara. Ela passa pelos municípios de Estrela do Sul, Araguari e Tupaciguara. Além disso, ela serve de acesso à cidade turística de Caldas Novas (GO) e à região mineira do Alto Paranaíba.
Rodovia estadual tem dois radares
Segundo o DER, em relação à segurança viária na rotatória, próximo ao local do acidente existem dois radares instalados, um antes na MG-413, no quilômetro 0,1, e outro depois na MG-223, no quilômetro 133,8, ambos com velocidade permitida de 60 km/h e instalados desde 2016.
“Na MG-223 mais quatro equipamentos totalizam um conjunto de 6 equipamentos para dar segurança aos motoristas e instalados entre 2016 e 2017, com a velocidade máxima permitida de 60 km/h (5) e 40 km/h (1), mostrando que a rodovia já era monitorada pelo Departamento”, afirma o DER em nota enviada ao g1.
Ainda de acordo com o DER, independente da apuração das causas do acidente, uma equipe de segurança viária fará uma visita ao local para verificar a necessidade de reforço na sinalização.
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