OpenAI processa Elon Musk e diz que empresário quer sabotar sua transição para modelo comercial

A OpenAI entrou com um processo contra Elon Musk, acusando o bilionário de liderar uma campanha de assédio e má fé com o objetivo de prejudicar a empresa e tentar assumir o controle de suas operações. A ação foi apresentada ontem (9) em um tribunal federal na Califórnia, nos EUA.

Musk, que cofundou a OpenAI em 2015 ao lado de Sam Altman e outros nomes, deixou a organização em 2018 após divergências com a direção. Desde então, criou sua própria empresa de IA, a xAI, e passou a atacar publicamente a transição da OpenAI para um modelo com fins lucrativos.

OpenAI quer impedir ações futuras e responsabilizar Musk

OpenAI

No documento apresentado à Justiça, a OpenAI acusa Musk de uma série de ações que teriam como objetivo atrasar sua arrecadação de investimentos – estimada em US$ 40 bilhões até o fim do ano. Entre os atos listados estão ataques públicos nas redes sociais, ações judiciais abusivas, exigência de documentos internos e uma suposta oferta falsa de aquisição da OpenAI no valor de US$ 97,4 bilhões.

“Por meio de campanhas maliciosas, processos e uma proposta de compra de fachada, Musk tem usado todos os meios ao seu alcance para prejudicar a OpenAI”, afirma a empresa.

A OpenAI pede à Justiça que Musk seja proibido de seguir com essas ações e que seja responsabilizado por eventuais danos já causados.

Musk tentou comprar a OpenAI por mais de três vezes o valor de mercado

Em fevereiro de 2024, Musk e um consórcio liderado por ele fizeram uma oferta bilionária para adquirir a estrutura sem fins lucrativos que controla a OpenAI. A proposta foi recusada. A organização, segundo documentos, tinha apenas dois funcionários e cerca de US$ 22 milhões em ativos — o que torna o valor oferecido extremamente fora do padrão.

A equipe jurídica de Musk afirma que a proposta era legítima e que a OpenAI deveria tê-la considerado com seriedade. “É revelador que pagar o valor justo de mercado pelos ativos da OpenAI supostamente ‘interfira’ nos planos da empresa”, disse o advogado Marc Toberoff.

A disputa pela alma da OpenAI

O centro da disputa está na mudança de estrutura da OpenAI, que deixou de ser puramente sem fins lucrativos para permitir operações com fins lucrativos, visando captar recursos e competir no mercado de IA de forma mais agressiva. Sam Altman, atual CEO, lidera esse movimento, alegando que sem esse modelo híbrido, a OpenAI não conseguiria sobreviver na corrida bilionária da inteligência artificial.

Musk alega que essa mudança fere a missão original da empresa de desenvolver IA para o bem da humanidade. Ele chegou a processar a OpenAI e Altman no início de 2024, mas retirou a ação. Agora, tenta desacelerar o avanço da empresa por outros meios.

OpenAI responde com ataques públicos

Além do processo, a OpenAI também usou a rede X, controlada por Musk, para rebater as acusações. Em postagens afiadas, a empresa afirmou:

“Elon nunca esteve focado na missão. Sempre teve seus próprios planos. Tentou fundir a OpenAI com a Tesla. Não conseguiu e saiu furioso. Elon é, sem dúvida, um grande empreendedor, mas essas atitudes repetitivas são apenas isso: teatro.”

Julgamento marcado para 2026

A batalha judicial entre Elon Musk e a OpenAI deve se arrastar por mais tempo. Um julgamento com júri está previsto para a primavera de 2026, e até lá, os dois lados seguem trocando acusações públicas.

Enquanto isso, a OpenAI corre contra o tempo para concluir sua transição e garantir os bilhões necessários para manter sua posição na linha de frente da inteligência artificial.

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