MP arquiva inquérito sobre alunos que ficaram pelados e simularam masturbação em jogo universitário


Segundo o órgão, não foi possível identificar os autores, por isso o caso foi arquivado em 1° de abril. A universidade foi notificada sobre a decisão. Ainda cabe recurso. Vídeo divulgado nas redes sociais mostra alunos da Unisa ao fundo com as calças abaixadas simulando uma masturbação
Reprodução/Redes sociais
O Ministério Público arquivou o inquérito sobre os estudantes do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) que ficaram pelados e simularam uma masturbação coletiva durante um jogo de vôlei feminino de um campeonato universitário.
Segundo o MP, não foi possível identificar os autores, por isso o caso foi arquivado em 1° de abril. A universidade foi notificada sobre a decisão, que ainda cabe recurso.
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O episódio ocorreu em abril de 2023, no campeonato Intermed, em São Carlos, no interior de São Paulo, e ganhou repercussão nas redes sociais com a divulgação de vídeos do ato obsceno.
Os alunos faziam parte do time de futsal da faculdade e estavam na plateia. Eles abaixaram as calças enquanto o time de vôlei feminino jogava contra a Universidade São Camilo. Nas imagens, eles aparecem encostando nas próprias partes íntimas.
A universidade chegou a expulsar 15 estudantes que eram calouros do curso e tinham entre 18 e 19 anos. Um inquérito policial também foi instaurado para apurar os fatos.
Segundo o promotor Marcelo Mizuno, nenhum depoimento indicou quem foi o responsável por mostrar as partes íntimas da arquibancada. Foram ouvidas as jogadoras de vôlei que estavam na quadra, representantes de atléticas e outros estudantes, além do reitor da Unisa.
Alunos de medicina ficam nus e simulam masturbação durante jogo de vôlei feminino
O MP ainda pediu para a universidade a lista dos alunos expulsos. A partir das fotos deles solicitou que o Instituto de Criminalística fizesse uma comparação com as pessoas que aparecem nos vídeos. Contudo, o órgão não conseguiu fazer a comparação.
Procurada, a Unisa não retornou até a última atualização da reportagem.
Na época, o Ministério das Mulheres se pronunciou sobre o caso. “Romper séculos de uma cultura misógina é uma tarefa constante que exige um olhar atento para todos os tipos de violências de gênero. Atitudes como a dos alunos de Medicina, da Unisa, jamais podem ser normalizadas — elas devem ser combatidas com o rigor da lei.”
Hino com alusão a estupro
Em março, o g1 revelou que um grupo de ao menos 24 estudantes de medicina da Faculdade Santa Marcelina, com sede na Zona Leste de São Paulo, foi fotografado segurando uma bandeira com a frase “entra porra, escorre sangue” escrita à mão.
Com conotação violenta que remete ao crime de estupro, a frase faz parte de um antigo “hino” da atlética da faculdade, que foi banido em 2017. (Leia mais.)
Atlética de medicina da Faculdade Santa Marcelina posa ao lado de bandeira com frase que faz alusão ao estupro
Reprodução
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