União Europeia quer construir cinco “gigafábricas de IA” com 100 mil chips cada

A corrida pela liderança em inteligência artificial ganhou mais um capítulo. Após os investimentos bilionários dos Estados Unidos e da China, a União Europeia revelou um plano ambicioso para reforçar sua posição nesse setor estratégico. Chamado de AI Continent Action Plan, o projeto visa expandir a infraestrutura computacional, melhorar o acesso a dados e oferecer suporte em nuvem para acelerar a adoção da IA em diversos setores da economia europeia.

5 novas “gigafábricas de IA” com 100 mil aceleradores cada

PRESS MIT AI Hardware

Um dos destaques do plano é a criação de cinco megacentros de dados especializados em IA, apelidados de “gigafábricas”. Cada uma dessas unidades terá capacidade para operar com até 100 mil chips dedicados à aceleração de tarefas de IA, focando especialmente em modelos generativos, aprendizado de máquina e análise de dados em larga escala.

O investimento total previsto para esse projeto é de 20 bilhões de euros, destinados à construção das instalações e aquisição dos equipamentos. A localização das fábricas ainda está sendo definida, mas a Alemanha já manifestou interesse em abrigar uma delas.

13 centros menores já estão em construção

Antes desse novo anúncio, a Comissão Europeia já havia destinado 10 bilhões de euros para a criação de 13 data centers menores voltados à IA, com previsão de inauguração em 2026. Essas unidades servirão como base para experimentação e uso em setores mais específicos, enquanto as gigafábricas terão papel central na infraestrutura continental.

Meta é reduzir dependência externa

A iniciativa visa diminuir a dependência de infraestrutura estrangeira, especialmente de grandes provedores dos EUA e da Ásia, e reforçar a soberania digital da Europa. Ao controlar mais etapas do processo — do hardware à nuvem —, o bloco pretende garantir maior autonomia no desenvolvimento e uso de soluções baseadas em IA.

Mercado europeu de dados e IA quer ganhar tração

Outro pilar do plano envolve a padronização de protocolos para o compartilhamento de dados entre os países do bloco, o que ajudará a formar um mercado unificado de dados voltado à IA. Hoje, apenas 13,5% das empresas da União Europeia usam IA em seus processos produtivos. A meta é aumentar esse número com incentivos à adoção tecnológica, principalmente em setores estratégicos como saúde, energia e manufatura.

Apoio a startups e talentos de fora da UE

O plano também prevê acesso facilitado às gigafábricas por startups e pequenas empresas, além de iniciativas de formação e atração de talentos, incluindo bolsas de estudo e vistos especiais para especialistas em IA vindos de fora da União Europeia.

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