Estagflação nos EUA? Economista prevê corte agressivo de juros pelo Fed

Bandeira dos Estados Unidos. Foto: ReproduГѓВ§ГѓВЈo, Freepik

Em meio ao aumento da volatilidade nos mercados globais e aos sinais de estagflação nos Estados Unidos — combinação de inflação alta com baixo crescimento — o Federal Reserve se encontra em uma encruzilhada. A avaliação é do economista-chefe da Way Investimentos, Alexandre Espírito Santo, que analisou o cenário em entrevista ao programa BM&C News.

Segundo ele, embora seja fácil criticar a atuação dos bancos centrais após o choque da pandemia, é preciso reconhecer que o momento era totalmente atípico. “As políticas monetárias expansionistas adotadas na época, especialmente pelo Fed, foram sem precedentes históricos. O tamanho da expansão monetária pode ser visualizado claramente no gráfico do M2, disponível no site do Federal Reserve de St. Louis”, explicou Espírito Santo, que usa o dado inclusive em provas de macroeconomia com seus alunos.

Inflação persistente e riscos fiscais atrapalham plano do Fed

Com a inflação nos Estados Unidos persistente e agora agravada pelas políticas tarifárias do governo Trump, o Fed tem enfrentado dificuldades para desenrolar o processo de aperto monetário. “A inflação virou uma pedra no sapato e essas medidas protecionistas só atrapalham”, comentou o economista.

Espírito Santo destacou que os mercados financeiros já vinham sinalizando a possibilidade de recessão por meio da inversão da curva de juros — movimento que, historicamente, antecipa períodos de retração econômica. “Estamos na antessala de uma recessão, e o Fed vai ter que escolher entre combater a inflação ou estimular a atividade econômica”, apontou.

FED: até 100 pontos de corte em 2025

O economista revelou ter revisado suas expectativas para a política de juros norte-americana em 2025. Antes, esperava uma redução de 25 pontos-base ao longo do ano. Agora, projeta cortes mais agressivos, de até 100 pontos, diante da complexidade do cenário atual. “O Fed provavelmente vai ter que estender o ciclo de cortes para conter a recessão, mesmo com a inflação ainda pressionando”, afirmou.

Espírito Santo concluiu que todas essas movimentações têm impacto direto nas decisões dos demais bancos centrais ao redor do mundo, inclusive no Brasil. A expectativa é que o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, nesta semana, traga pistas mais claras sobre os próximos passos da política monetária dos EUA.

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