Procuradora-geral dos EUA pede pena ‘não negociável’ de 40 anos de prisão para homem que incendiou concessionária da Tesla


Jamison Wagner, de 40 anos, também é acusado de realizar ataque contra sede do Partido Republicano no Novo México. Pam Bondi aproveitou indiciamento de Wagner para mandar recado a pessoas que visem cometer crimes contra a marca do bilionário Elon Musk. Loja da Tesla em Las Vegas é vandalizada
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, afirmou que pediu para promotores do Departamento de Justiça uma pena “não negociável” de 40 anos de prisão para um homem que incendiou uma concessionária da Tesla e realizou ataque contra a sede do Partido Republicano no Novo México.
A revelação foi feita por Bondi durante entrevista à rede americana “Fox News”. No depoimento, a procuradora usou o caso de Jamison Wagner, de 40 anos, para mandar recado a pessoas que cometam crimes contra a marca Tesla, do bilionário e conselheiro de Trump Elon Musk.
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“Esse cara é acusado de cometer o crime da Tesla em Novo México em fevereiro, e a sede do Partido Republicano em março. Essas pessoas acharam que poderiam se safar, mas não podem. Este é a 5º grande prisão relacionada a crimes contra Teslas. É melhor que eles [criminosos] ouçam isto. Este cara pode enfrentar 40 anos na prisão, e eu pedi a meus promotores para não fazer acordos. Se condenado, ele cumprirá 40 anos”, afirmou Bondi.
Os ataques contra carros da Tesla aumentaram após Musk integrar o governo Trump à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), e também após fazer gesto nazista no dia da posse do republicano, em janeiro.
Desde então, cybertrucks foram incendiados, e balas e coquetéis molotov disparados contra showrooms. A própria Pam Bondi chamou os ataques contra Teslas de “terrorismo doméstico”. Leia mais abaixo.
‘Terrorismo’ contra Teslas
Nesta terça-feira (18), após um novo episódio deste tipo acontecer em Las Vegas, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, condenou os recentes ataques violentos e afirmou que o Departamento de Justiça já acusou várias pessoas pelos crimes.
“O enxame de ataques violentos à propriedade da Tesla nada mais é do que terrorismo doméstico. Continuaremos as investigações que impõem consequências severas aos envolvidos nesses ataques, incluindo aqueles que operam nos bastidores para coordenar e financiar esses crimes”, disse Bondi em uma declaração.
Em uma entrevista recente à rede de TV americana Fox News, o presidente dos EUA, Donald Trump, também disse que acredita que carros da Tesla incendiados podem ser um ato de terrorismo.
Em publicação na rede social X, nesta terça, Elon Musk compartilhou o vídeo do ato de vandalismo registrado em Las Vegas e lamentou os ataques.
“Este nível de violência é insano e profundamente errado. A Tesla só faz carros elétricos e não fez nada para merecer esses ataques malignos”, afirmou o bilionário, que fez acusações durante participação em podcast no dia anterior: “Pelo menos parte disso é organizado e pago por organizações de esquerda, financiadas por bilionários de esquerda, essencialmente”.
O ataque mais recente
Porta da concessionária da Tesla pichada com palavra de protesto em Las Vegas
Steve Marcus/Las Vegas Sun via AP
O ataque em Las Vegas deixou pelo menos cinco veículos danificados – dois deles completamente consumidos pelas chamas -, informou o Departamento de Polícia Metropolitana da cidade em uma publicação nas redes sociais.
Imagens tiradas por drones do centro de vendas (veja no vídeo acima) mostram alguns dos carros danificados, com pelo menos um parecendo muito destruído, e pichações nas portas do prédio com a palavra “Resist” – resistir em português – pintada com spray.
Testemunhas disseram que viram um suspeito incendiando vários veículos, acrescentou a polícia.
“Isso foi terrorismo? Foi outra coisa? Certamente tem algumas das marcas que poderíamos pensar: ​​a escrita na parede, potencial agenda política, um ato de violência. Nenhum desses fatores passou despercebido para nós”, disse Spencer Evans, agente especial encarregado do escritório do FBI em Las Vegas em uma entrevista coletiva.
Ataques desde que Musk assumiu papel na Casa Branca
Protesto pacífico contra a Tesla em fevereiro, em Seattle
AP Photo/Manuel Valdes, File
Os ataques à Tesla tiveram um claro crescimento desde que o presidente Donald Trump assumiu seu segundo mandato como presidente e deu poder a Musk para supervisionar um novo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que está cortando gastos do governo.
Recentemente, ativistas realizaram protestos chamados “Tesla Takedown” para expressar descontentamento com o papel do CEO da empresa nos cortes radicais na força de trabalho federal e no cancelamento de contratos relacionados a programas humanitários.
Manifestações pacíficas já ocorreram em concessionárias e fábricas da Tesla pela América do Norte e Europa e alguns donos de Tesla, incluindo um senador dos EUA que brigou com Musk, prometeram vender seus veículos ou colaram adesivos de protesto contra o CEO nos veículos. No entanto, nas últimas semanas, crimes de vandalismo vêm sendo registrados.
Cybertruck incendiado em ataque à concessionária da Tesla em Seattle
AP Photo/Lindsey Wasson, File
Na sexta-feira (14), testemunhas relataram que um homem derramou gasolina em um Tesla Model S desocupado e começou um incêndio em uma rua de Seattle. No começo do mês, também na cidade, quatro Cybertrucks foram incendiados em um estacionamento da empresa.
Na semana passada, agentes federais na Carolina do Sul prenderam um homem que, segundo eles, ateou fogo em estações de carregamento da Tesla perto de Charleston e que tinha mensagens críticas ao governo e ao DOGE em seu quarto e carteira.
Em Portland, mais de uma dúzia de balas foram disparadas em um showroom da Tesla, danificando veículos e janelas; o segundo ataque em uma semana à loja.
Em fevereiro, promotores no Colorado acusaram uma mulher por uma série de ataques a concessionárias da Tesla, incluindo coquetéis molotov atirados em veículos e as palavras “carros nazistas” pintadas com spray em um prédio.
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