Silvinei Vasques desiste de assistir ao próprio julgamento no STF

Silvinei Vasques foi denunciado pela PGR – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e atual Secretário de Desenvolvimento Econômico de São José (SC), Silvinei Vasques (PSD), desistiu de assistir ao julgamento da denúncia apresentada contra ele no STF. A decisão foi tomada por recomendação dos advogados.

Em contato com a redação do ND Mais, Vasques explicou o motivo do recuo. “Existe uma decisão anterior do STF acerca de eventuais publicações em redes sociais de terceiros. Como não temos controle sobre o que terceiros poderão postar sobre a minha pessoa e acerca do processo, entendemos que é mais seguro não participar”, justificou o secretário.

O julgamento de Silvinei Vasques e outros cinco denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) está agendado para os dias 22 e 23 de abril. Na semana passada, o ex-diretor da PRF havia solicitado ao STF autorização para acompanhar o julgamento de forma presencial, já que não sair de Santa Catarina.

A restrição de deixar o estado faz parte de um conjunto de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Entre as medidas, também está o uso de tornozeleira eletrônica por Silvinei Vasques.

Qual é a denúncia da PGR contra Silvinei Vasques?

A PGR denunciou Silvinei Vasques por supostamente coordenar um plano para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder de forma ilegítima durante as eleições de 2022. Segundo a denúncia, Vasques teria utilizado a estrutura da PRF para dificultar o acesso de eleitores considerados desfavoráveis à reeleição de Bolsonaro aos locais de votação.

A acusação detalha a elaboração de um plano de trabalho que previa o uso da força policial para obstruir o acesso às zonas eleitorais. Vasques, juntamente com Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, também denunciado pela PGR, teria se reunido com lideranças da PF e da PRF para organizar um “policiamento direcionado” durante o segundo turno das eleições.

Silvinei Vasques

Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques – Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Ainda conforme a denúncia, testemunhos de policiais indicam que Vasques teria afirmado, em tais reuniões, que “era hora de escolherem um lado”.

Atualmente filiado ao PSD, Vasques esteve à frente da PRF durante o governo Bolsonaro. O ex-diretor foi preso em agosto de 2023, a pedido da Polícia Federal, por suspeita de interferência nas eleições de 2022.

Se o STF aceitar a denúncia da PGR, ele e outros cinco investigados se tornarão réus e vão responder a um processo criminal, assim como ocorreu com Bolsonaro e sete aliados do “núcleo 1”.

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