Governo do Brasil vai recorrer de negativa de extradição de Oswaldo Eustáquio


Investigado pela participação pública nos atos que levaram à tentativa de golpe de 8 de janeiro fugiu para Espanha; Ministério da Justiça e Itamaraty vão insistir em extradição. O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, investigado por atos antidemocráticos
Reprodução/TV Globo
O Brasil recebeu nesta terça-feira (15) decisão da Justiça espanhola que rejeitou o pedido de extradição de Oswaldo Eustáquio, militante radical bolsonarista que chegou a expor dados pessoais, fotos e informações sobre o delegado que conduziu as investigações sobre Jair Bolsonaro e sua família, inclusive filhos. O Ministério da Justiça e o Itamaraty vão recorrer.
Eustáquio participou publicamente dos acampamentos que pediam um golpe de estado no Brasil e, segundo a PF, chegou a se refugiar no Palácio da Alvorada com medo de ser preso. Ele está na Espanha.
Ele também foi disseminador de uma série de mentiras sobre o processo eleitoral e as instituições do país. A decisão da corte espanhola cita que há necessidade de critério de dupla incidência criminal para acusações que justifiquem uma extradição —ou seja: precisa haver tipificação penal tanto no Brasil como na lei da Espanha.
Mais: os juízes espanhóis citam que a lei do país veda textualmente extradição por “atuação política” e mencionam o ambiente conflagrado no Brasil.
A exposição dos dados do delegado da PF e seus familiares é censurada pela Justiça espanhola, mas não vista como fator suficiente para expulsar Eustáquio do país.
O governo brasileiro decidiu recorrer à Audiencia Nacional da Espanha pela extradição. Segundo informação obtida pelo blog, os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores decidiram que, pelo contexto atual, inclusive de discussão de anistia, é preciso explorar todas as frentes para obter a extradição de Eustáquio ou até pedir que ele responda ao processo na Espanha, segundo a lei do país.
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