Energia renovável: como diversificar as fontes de energia limpa?

Energia renovável: como diversificar as fontes de energia limpa?

Usina termelétrica da Veolia em Biguaçu, Santa Catarina, onde o biogás produzido a partir dos resíduos sólidos é convertido em energia elétrica – Foto: Veolia/Divulgação

A energia renovável nunca esteve tão em alta. O planeta enfrenta desafios climáticos preocupantes, e a busca por fontes de energia sustentáveis se torna uma solução cada vez mais presente.

O uso de energia renovável reduz a dependência de combustíveis fósseis e contribui para a preservação do meio ambiente, em especial devido à redução de emissões de carbono. Entre as soluções promissoras, os biocombustíveis gerados a partir da biomassa desempenham um papel fundamental na substituição de combustíveis fósseis, oferecendo fontes limpas de energia.

Com incentivos regulatórios, essas fontes contribuem para a transição energética, de modo a proporcionar um futuro mais sustentável e alinhado com as metas globais de descarbonização.

Importância das energias renováveis na redução de CO₂

As energias renováveis desempenham um papel essencial na redução das emissões de CO₂. É importante notar que os biocombustíveis substituem derivados de petróleo. No país, a Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024) reforça o compromisso com energias renováveis e a redução de emissões.

Biomassa

A biomassa é uma fonte de energia renovável que utiliza resíduos orgânicos, como restos de alimentos e madeira, para gerar eletricidade, calor e produzir biocombustíveis. Essa alternativa contribui para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

Igualmente relevante, a biomassa fortalece a economia circular. Os resíduos que antes seriam descartados são aproveitados, tornando-se energia através do uso de insumos agrícolas, florestais e industriais.

De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), a biomassa representa 8,4% da capacidade instalada no Brasil, ocupando a 4ª posição entre as fontes de energia, atrás da hídrica, eólica e gás natural. Em janeiro de 2025, a biomassa totalizou 17.658 MW de potência instalada no país.

Biocombustíveis

Além dos biocombustíveis etanol e biodiesel, já consolidados e utilizados exclusivamente na locomoção de veículos, podemos destacar o potencial do Brasil para a produção de biogás, um tipo de combustível renovável obtido por meio da decomposição de matéria orgânica, como resíduos de alimentos, lixo urbano, esgoto e esterco animal.

O biogás pode ser usado para gerar energia térmica e bioeletricidade. Quando passa por um processo de “purificação”, ele gera o biometano, que serve como combustível para automóveis, substituindo o GNV, gasolina e óleo diesel, e também pode gerar bioeletricidade e calor. Ambos são opções que têm importante papel na transição energética e na economia circular.

O Brasil tem potencial para produzir 84,6 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano, de acordo com dados da ABiogás, o que seria suficiente para suprir 40% da demanda interna de energia elétrica e 70% do consumo de diesel.

Outra vantagem do biogás e do biometano é que ambos podem contribuir para alcançar as metas de descarbonização do Acordo de Paris. Destaca-se que o uso de biocombustíveis contribui para a diversificação da matriz energética, sendo uma alternativa que combina desenvolvimento sustentável com inovação tecnológica.

Transição energética e impacto nas indústrias

A transição energética refere-se à mudança do sistema de energia baseado em combustíveis fósseis para um que prioriza fontes de energia renovável. Esse processo não é apenas uma tendência passageira, e sim uma resposta proativa às crescentes preocupações sobre as mudanças climáticas.

As indústrias estão percebendo que a adoção de práticas mais sustentáveis pode melhorar sua imagem e sua eficiência. Empresas que adotam energias renováveis ganham competitividade e atraem consumidores mais conscientes. Políticas públicas e incentivos fiscais aceleram essa transição.

Por outro lado, de acordo com relatório do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025 prevê uma redução de quase 18% nos recursos para a transição energética. Em 2024, os valores eram de R$ 4,44 bilhões; em 2025, totalizam R$ 3,64 bilhões.

Transformação de resíduos em recursos energéticos

Resíduos que não podem ser reciclados e serão aproveitados como combustível alternativo na indústria de cimento – Foto: Veolia/Divulgação

Por meio do aproveitamento energético dos resíduos sólidos dispostos nos seus EcoParques, a Veolia produz biogás, que gera 12,4 MWe de eletricidade nas usinas termelétricas instaladas nos EcoParques Biguaçu (SC), Iperó (SP) e Pedreira (SP). Essa eletricidade produzida é suficiente para abastecer o equivalente a 40 mil habitantes, evitando 1,57 milhão de T de CO²eq por ano. Em breve, também será produzido o biometano no EcoParque Içara.

Enquanto a reciclagem é a forma mais conhecida de reaproveitar materiais, como plástico e metal, para gerar novos produtos, a técnica de blendagem para coprocessamento transforma resíduos em combustível alternativo. Ambos permitem reduzir descartes em aterros sanitários.

Por meio dessa tecnologia, resíduos sólidos industriais e de grandes geradores que não podem ser reciclados, tais como plásticos mistos, tecidos, borrachas, couro, algumas espumas e madeira, são separados, triturados e misturados. Essa mistura resulta num composto de alto poder calorífico, chamado combustível derivado de resíduos (CDR), uma energia renovável para uso pela indústria cimenteira em substituição ao combustível fóssil normalmente utilizado nesse segmento.

Além de ser uma solução inovadora, a blendagem para coprocessamento reduz o uso de recursos naturais, minimizando o impacto ambiental. Com isso, são gerados outros benefícios, como a destinação sustentável de resíduos; a redução de custos com disposição final; e a melhoria da pegada de carbono, contribuindo para a economia circular.

A unidade de blendagem do EcoParque Pedreira, em São Paulo, possibilita a redução de até 28 mil  ton de CO²eq pelos clientes da Veolia que consomem o CDR, o que equivale ao consumo energético de 4 mil casas por ano. Assim, a companhia contribui para a descarbonização dessas indústrias, ajudando a conter as mudanças climáticas.

Essa é a segunda instalação deste tipo operada pela Veolia no Brasil. A primeira está localizada no EcoParque Blumenau e transforma em combustível derivado de resíduos 3 mil toneladas por ano de resíduos de diferentes indústrias.

Conheça as soluções de energia renovável da Veolia acessando o site oficial e as redes sociais.

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