Empresários expressam preocupação com reajuste na tarifa de ônibus em Manaus e temem demissões


Novo valor que saiu de R$ 4,50 para R$ 6 entrou em vigor no último domingo (20). Presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Ralph Assayag, revela preocupação do setor. Passagem de ônibus em Manaus
Semcom
A tarifa do transporte coletivo em Manaus subiu de R$ 4,50 para R$ 6, com o novo valor entrando em vigor no último domingo (20). A medida tem gerado preocupação na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). “Espero que esse impacto não leve à demissão de funcionários”, afirmou o presidente da entidade, Ralph Assayag, em entrevista à Rede Amazônica nesta terça-feira (22).
O decreto com o reajuste do valor da passagem de ônibus foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) em edição extra no sábado (19). Segundo a prefeitura, a medida visa equilibrar financeiramente o sistema e garantir a continuidade dos serviços de transporte público na capital.
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Assayag destacou que o ajuste poderia ter sido feito de forma gradual, e não total. O aumento representa 33% do valor anterior, que era de R$ 4,50.
“A prefeitura poderia ter pensado um pouco mais nos empresários, especialmente no comércio que mantém não só o Centro, mas também os bairros. O aumento poderia ser escalonado, até antecipado, mas não uma pancada tão grande, ainda mais que 70% (do valor) quem paga são os empresários”, explicou.
A principal preocupação do setor, segundo Assayag, é o impacto no emprego.
“Espero que esse impacto não leve à demissão de funcionários. Essa é a grande preocupação”, ressaltou.
A usuária do transporte coletivo, Suana Rodrigues, reclamou que o aumento surpreendeu ela e outras pessoas que dependem do transporte coletivo para se locomover.
“Eu acho que pegou todo mundo de surpresa. R$ 4,50 estava bom, mas de uma hora para outra, o valor pulou para R$ 5 e outro pagando R$ 6. Fica difícil”, disse.
O economista Emerson Queiróz analisou o impacto do aumento no orçamento dos cidadãos.
“Esse aumento de 33% é significativo no bolso do cidadão. Esse valor extra poderia ser usado para comprar, por exemplo, quase cinco quilos de sobrecoxa de frango ou três placas de ovos, assim como em outras situações com remédios”, observou. Ele destacou ainda que o aumento pesa principalmente para quem recebe um salário mínimo.
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Nova tarifa
Com o reajuste, a tarifa integral passou de R$ 4,50 para R$ 6, sendo esse valor pago por quem utiliza o vale-transporte, fornecido pelas empresas.
De acordo com o decreto, alguns usuários terão descontos. Passageiros que pagam com dinheiro ou cartão PassaFácil terão R$ 1 de desconto, pagando R$ 5 por viagem. Já os estudantes que não têm gratuidade continuarão pagando R$ 2,50, desde que apresentem a carteira estudantil válida.
Também vão ter descontos, os beneficiários do Cadastro Único (CadÚnico), programa federal para famílias de baixa renda, que pagarão uma tarifa social de R$ 4,50. No entanto, o desconto será implementado dentro de até 60 dias, período necessário para a emissão do cartão eletrônico PassaFácil Social, de acordo com a prefeitura. Até lá, os usuários do CadÚnico pagarão R$ 5.
Reajuste vira caso de Justiça
A mudança no valor da passagem do transporte coletivo foi anunciada, inicialmente, em 10 de fevereiro deste ano, quando o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), confirmou um reajuste de R$ 4,50 para R$ 5. Quatro dias depois, a Justiça do Amazonas suspendeu o aumento, alegando falta de justificativas técnicas para o reajuste.
Em audiência pública de reconciliação, realizada no dia 13 de março, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) e a Prefeitura de Manaus tentaram realizar um acordo com a proposta de tarifas diferenciadas para o transporte coletivo.
Após 2h30 de debate, a sessão foi suspensa e retomada no dia 2 de abril, quando o novo encontro serviu para que fossem apresentadas as planilhas orçamentárias que compõem a tarifa e o detalhamento dos custos operacionais da frota.
Em 10 de abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu os efeitos da decisão liminar da Justiça do Amazonas que impedia o reajuste na tarifa do transporte público em Manaus. A suspensão vale até o julgamento, em primeiro grau, da ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM) para discutir o reajuste, que ainda não tem data para acontecer.
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