Por dentro dos números de SP: como os dados da Fundação Seade orientam políticas públicas

Por dentro dos números de SP: como os dados da Fundação Seade orientam políticas públicas

Por trás das estatísticas que ajudam a entender o Estado de São Paulo, há um trabalho de coleta, análise e divulgação de dados que, ao fim do processo, tem o objetivo de melhorar a vida da população. Essa é a missão da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), uma instituição pública que há mais de quatro décadas organiza informações fundamentais para governos, empresas e cidadãos.

Ligada à Secretaria de Gestão e Governo Digital do Estado, a Fundação Seade produz indicadores sociais, econômicos, demográficos e ambientais em São Paulo. Com o trabalho da fundação, as informações geram impacto direto na formulação de políticas. “Quando a gente fala em demografia, por exemplo, estamos falando de planejamento futuro”, explica Bernadette Waldvogel, gerente de Indicadores e Estudos Populacionais do Seade, à Agência SP

“Se sabemos que a população está envelhecendo, o governo precisa se preparar com mais unidades de saúde, mais tempo nos semáforos para pedestres, mais infraestrutura para atender essa nova realidade. O mesmo vale para crianças: se o número está aumentando, é sinal de que vamos precisar de mais escolas”, diz a pesquisadora.

A projeção populacional é uma das áreas mais sensíveis e estratégicas do Seade justamente porque ela permite prever a estrutura etária da população, o que orienta desde o planejamento urbano até os investimentos em saúde e educação. “Não dá para criar um programa baseado em achismo. Tem que ter base estatística. É isso que a gente fornece.”

Além da demografia, o Seade produz análises econômicas de curto prazo, como o PIB mensal e trimestral do estado, e estudos aprofundados sobre setores específicos, como o automobilístico. Tudo isso ajuda a identificar tendências, oportunidades e gargalos no desenvolvimento de São Paulo.

Um exemplo prático do impacto dessas estatísticas é o acompanhamento da mortalidade infantil, que orientou durante décadas políticas focadas para combater este problema. De acordo com o pesquisador do Seade Carlos Eugênio de Carvalho Ferreira, os dados coletados e organizados pela fundação permitiram mapear as regiões com maior vulnerabilidade e orientar a atuação do poder público.

“Os números mostravam onde havia mais casos de mortalidade infantil, o que levou a investimentos em saneamento básico e no cuidado com a água”, diz ele à Agência SP. “Ao longo dos anos, a gente viu a curva de mortalidade cair consideravelmente. Esses dados justificam políticas públicas, mas também mostram onde e como elas devem ser aplicadas.”

A atuação do Seade se apoia em pilares como o rigor técnico, sigilo das informações e transparência com a sociedade. Todos os dados coletados são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e utilizados exclusivamente para fins estatísticos. Ao mesmo tempo, a fundação disponibiliza gratuitamente suas bases em plataformas acessíveis ao público, promovendo democratização da informação.

A participação da população também é fundamental nesse processo. Quando o Seade entra em contato com cidadãos para pesquisas, a colaboração é mais do que bem-vinda — é essencial. “Quanto mais as pessoas participam, mais precisas e representativas são as estatísticas. E isso se reflete em políticas melhores, que atendem às reais necessidades da população”, afirma Bernadette.

Os dados da Fundação Seade têm auxiliado cidadãos, gestores públicos, empresários e jornalistas a compreender melhor as características específicas da realidade paulista, as mudanças sociais, as transformações econômicas e os impactos das políticas públicas nos seus 645 municípios.

Para disseminar sua produção, a Fundação Seade orienta-se pelas seguintes diretrizes:

  • Uso da internet como principal instrumento de disseminação;
  • Gratuidade de acesso;
  • Disponibilização de todo o acervo recente de informações;
  • Disponibilização, sempre que possível, dos microdados resultantes das pesquisas;
  • Fornecimento de metadados, como definições, classificações utilizadas, notas que sejam relevantes para a compreensão da informação;
  • Pesquisa e desenvolvimento permanente de sistemas e ferramentas para apresentação de informações;
  • Transferência de tecnologia e compartilhamento de soluções com instituições congêneres e parceiras.

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