Empresa sólida, mas volátil: analista destaca cenário desafiador para Vale

Vale e China: desafios e oportunidades no mercado global

O novo pacote tarifário anunciado pelo presidente Donald Trump contra produtos chineses reacendeu preocupações no mercado global de commodities e trouxe efeitos diretos para ações como as da Vale. Segundo Pedro Galdi, analista de investimentos da plataforma AGF, o movimento representa uma mudança significativa no contexto comercial global, com potencial de pressionar o preço do minério de ferro — principal fonte de receita da mineradora brasileira.

O tarifaço anunciado tem a China como principal alvo, com aumento de mais de 100% nas tarifas para alguns produtos. É uma mudança forte, que tende a afetar também o minério de ferro, como já ocorreu com o petróleo”, disse Galdi em live promovida pela AGF.

Segundo o analista, a China responde por cerca de 50% da produção mundial de aço, sendo também grande consumidora de minério de ferro de alta qualidade, como o produzido pela Vale em Carajás. O teor elevado do minério brasileiro — acima de 62% — garante à empresa um prêmio em relação ao preço de mercado.

Margem operacional da Vale continua sólida

Apesar da recente queda no preço do minério — que chegou a bater US$ 93 por tonelada, após ter sido negociado acima de US$ 105 —, Galdi afirma que a margem operacional da Vale segue confortável. “O custo para entregar uma tonelada de minério na China gira em torno de US$ 50. Mesmo com o preço em US$ 93, a empresa ainda apresenta uma margem expressiva.

A baixa alavancagem financeira da Vale também é um diferencial. Galdi destaca que a dívida líquida da companhia é inferior ao Ebitda anual, o que demonstra uma estrutura de capital robusta. “Em menos de um ano, a empresa conseguiria quitar sua dívida apenas com a geração de caixa operacional”, afirmou.

Dividendos e atratividade para o investidor de longo prazo

Outro ponto enfatizado por Galdi é o payout mínimo de 50% do lucro líquido, o que garante uma política consistente de pagamento de dividendos, atualmente entre 8% e 10% ao ano. Ele ressalta, no entanto, que ações de empresas de commodities são naturalmente mais voláteis e exigem visão de longo prazo por parte do investidor.

A Vale continua sendo uma empresa atrativa para quem busca carregamento de posição fundamentada. Mas é preciso acompanhar o cenário macro, principalmente a evolução da tensão entre Estados Unidos e China”, avaliou.

Bradespar como alternativa de exposição

O analista também citou a Bradespar como uma forma indireta de investir na Vale, já que a holding possui 3,3% de participação na mineradora. Por ser uma empresa pura de participações, a Bradespar distribui os dividendos recebidos da Vale após cobrir suas despesas administrativas e financeiras.

Mercado atento à reação da China

Por fim, Galdi alertou para os próximos desdobramentos no cenário internacional. “Se houver algum movimento de negociação entre China e Estados Unidos, o humor do mercado pode mudar rapidamente. Mas por ora, a tensão segue elevada, e o investidor precisa monitorar de perto.”

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