Com tarifaço, Santander já vê teto para a Selic

NOVA YORK – O Banco Central deve elevar a Selic para no máximo 15,25% nas próximas duas reuniões – mas o aumento pode ser menor dependendo do impacto da guerra tarifária na economia, diz Ana Paula Vescovi, a economista-chefe do Santander Brasil.

Como a política monetária atua sobre a demanda, e não sobre a oferta, “se houver um choque de oferta, o BC vai precisar esperar para ver,” Vescovi disse ao Brazil Journal durante um evento do Santander aqui em Nova York.

Ana Paula Vescovi

A ex-secretária do Tesouro no Governo Temer acredita que o BC pode começar a cortar a taxa a partir de dezembro. Apesar da pressão fiscal, o aumento do juro real deve fazer a inflação convergir para ao redor da meta de 3% em 2027, que é o horizonte de referência do BC.

A economista lembrou que desde a pandemia o País teve um ciclo de expansão acima da média histórica, com o PIB crescendo entre 3% e 3,5%, impulsionado por fatores conjunturais e reformas estruturais.

Para este ano, ela prevê uma expansão menor – em torno de 2% – em meio à alta dos juros.

Mas a série de estímulos fiscais deve manter a demanda aquecida e a inflação pressionada. “O importante é que o BC tem mostrado independência no combate à inflação.”

O desafio, acrescentou, é fazer algum ajuste fiscal e reduzir o custo de capital. 

“Esse é um desafio estrutural. Há uma década sabemos da necessidade de um ajuste fiscal sério, e embora as reformas sejam difíceis, o País está ganhando consciência de sua importância.”

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