Será que chegamos ao fim da era do iluminador?

Quando o uso das redes sociais se tornou parte do nosso dia a dia e uma comunidade de beleza começou a se formar por ali, um produto assumiu o protagonismo: o iluminador. Aquele visual de pele toda matte, mas com pontos estratégicos de brilho – especificamente nas têmporas e na ponte do nariz – virou a principal referência de maquiagem durante a maior parte dos anos 2010. Não à toa, praticamente todas as marcas de make investiram nesse item, explorando diferentes formatos, cores e texturas. E, entre tantas novas tendências, o iluminador resistiu – pelo menos até agora.

Nos últimos anos, o mundo da beleza foi marcado por uma maquiagem mais leve, com poucos passos e acabamento super natural – a famosa no make-up make-up. Era o fim do reboco, a decadência da pele opaca. Com isso, todos os produtos de efeito mais intenso e marcante foram substituídos por versões cremosas, translúcidas e, no geral, muito mais leves. E o iluminador, da forma como o conhecíamos, não se encaixava nessa nova abordagem da maquiagem.

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Isso não significa que o brilho desapareceu – ele apenas se transformou. “Em vez daquela cintilância quase metalizada, o que vemos agora é uma luminosidade natural, que transmite a ideia de viço, de uma pele hidratada”, explica a maquiadora Vanessa Rozan, que destaca o papel das passarelas na consolidação desse visual. “Nas semanas de moda internacionais, isso já é feito há décadas, mas parece que só agora as pessoas começaram a reproduzir. Lembro de um desfile da Dior em que Peter Philips, maquiador da grife, finalizou a maquiagem com um sérum, justamente para dar esse acabamento”, recorda a expert.

O skincare, aliás, é parte essencial dessa construção. Primeiro, porque o uso reduzido de maquiagem aumenta a sensação de que é necessário ter uma pele “perfeita” – o que, sabemos, não se conquista apenas com cosméticos (coloque uma boa dose de genética e, possivelmente, de procedimentos estéticos nessa conta). Mas, além disso, são os próprios produtos de cuidado com a pele que fazem as vezes de maquiagem para criar esse glow. “Nos últimos tempos, a maior parte dos nossos lançamentos tem essa proposta de entregar um acabamento naturalmente iluminado – e não são apenas itens de maquiagem, mas também de skincare”, revela Carol Zaia, maquiadora e porta-voz da Sephora no Brasil. Ou seja: séruns, cremes e até protetores solares agora prometem esse brilho desejado.

E onde fica o iluminador em meio a tudo isso? Bom, ele continua aí, disponível para quem quiser usar. A variedade de produtos na categoria ainda é enorme, e já existem versões mais leves para quem busca algo entre o cintilante e o natural. “Mas não acho que é o fim do iluminador. Como tudo na moda e na beleza, uma hora ele volta – e volta com tudo”, conclui Vanessa.

 

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