China complica produção do robô Optimus, da Tesla, e Elon Musk reage

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo. Após a onda de tarifas iniciada pelo governo de Donald Trump, a China reagiu com uma medida estratégica e pouco esperada: limitou a exportação de metais raros e imãs industriais essenciais para setores como automóveis, semicondutores, defesa e aeronáutica.

Desde 4 de abril, seis minerais estratégicos e imãs baseados em terras raras só podem sair da China com autorização expressa do governo. E quem define quem recebe – ou não – essa permissão é o próprio regime de Xi Jinping.

Exportação sob controle estatal

Segundo o New York Times, o novo regulamento exige licenças especiais de exportação. Na prática, isso dá ao governo chinês o poder de bloquear o fornecimento desses insumos para empresas e países inteiros, caso considere necessário.

Além disso, o Ministério do Comércio da China também proibiu companhias chinesas de manterem qualquer relação com diversas empresas americanas, especialmente contratistas ligados ao setor militar.

Tesla na mira: imãs raros paralisam projeto de robôs

Durante a apresentação de resultados trimestrais da Tesla, Elon Musk revelou que a produção do robô humanoide Optimus está sofrendo atrasos por conta da restrição chinesa. O motivo? O robô usa motores que operam em espaços muito reduzidos e dependem de imãs de alta densidade magnética — fabricados com metais raros.

“Estamos trabalhando com a China para tentar conseguir uma licença de exportação. Sem isso, a produção do Optimus vai desacelerar”, explicou Musk.

Robôs de Elon Musk sofrem concorrência e pressão logística

Os robôs humanoides da Tesla foram destaque no evento da marca no fim de 2024 — onde chegaram a dançar, conversar e servir bebidas. Mas depois descobriu-se que ainda eram controlados remotamente, o que esfriou parte do entusiasmo.

Ainda assim, Elon Musk acredita que esses robôs serão capazes de substituir humanos em diversas tarefas no futuro. O problema é que a guerra comercial pode dificultar esse avanço.

Enquanto isso, a China segue desenvolvendo seus próprios robôs bípedes, que já até participaram de maratonas ao lado de humanos.

A questão vai muito além da robótica. Os minerais sob controle chinês também são usados em turbinas eólicas, sistemas de radar, motores de jato, sensores ópticos e outras tecnologias avançadas.

A China argumenta que deseja evitar o uso desses materiais para fins militares. “Queremos garantias de que não serão usados em armamentos”, disse um porta-voz do governo.

Musk rebate: “Eles serão usados em robôs domésticos, não em armas.”

Impacto financeiro: lucros caem, ações sobem

No primeiro trimestre de 2025, a Tesla viu seu lucro líquido despencar 71%. Mesmo assim, as ações da empresa subiram mais de 5%, impulsionadas por promessas de novos produtos e investimentos em IA.

Entre janeiro e março, a receita com venda de veículos caiu para US$ 13,96 bilhões, reflexo da desaceleração econômica global e dos entraves logísticos causados pela disputa comercial.

Tesla aposta em autonomia, mas enfrenta desafios

Apesar da pressão, a Tesla segue investindo no desenvolvimento do Optimus Gen 2, versão mais avançada de seu robô humanoide. Em vídeos recentes, ele foi visto andando em terrenos irregulares e até executando tarefas simples dentro das fábricas da própria empresa.

No entanto, a Tesla não está sozinha nessa corrida. A indústria chinesa está avançando rápido e pode ganhar vantagem com o atual cenário de restrições comerciais.

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