Galeria de Claudia Andujar em Inhotim completa dez anos com nova mostra

Desde 2015, mais de 400 fotos de Claudia Andujar preenchem a galeria que leva o seu nome no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG). São registros feitos por ela do povo Ianomâmi, entre 1950 e 2010, o eixo central de sua obra. Neste ano, em comemoração aos dez anos da sua fundação, o espaço será rebatizado de Claudia Andujar | Maxita Yano, que significa “casa de terra” na língua ianomâmi.

Além disso, a partir deste sábado (26.04), mais de 100 fotos e vídeos produzidos por artistas indígenas de diferentes origens serão expostos ao lado da produção de Claudia. As novidades no Inhotim buscam celebrar a trajetória da fotógrafa e lançar uma nova perspectiva curatorial sobre seu acervo.

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Paulo Desana Pamurɨmasa os Espiritos da Transformacao na foto Madalena Fontes Olimpio 2021

Pamürɨmasa (os “Espíritos da Transformação”), foto de Madalena Fontes Olimpio por Paulo Desana
Foto: Paulo Desana/Divulgação

O projeto também propõe o estreitamento de relações com as comunidades indígenas de regiões vizinhas ao instituto, promovendo atividades de formação artística. Na mostra na galeria, participam a Associação Hutukara Yanomami e mais 14 artistas, entre eles, os brasileiros Denilson Baniwa, Edgar Kanaykõ e Paulo Desana, a boliviana Elvira Espejo e os peruanos Olinda Silvano e David Díaz González.

A exibição na Galeria de Claudia Andujar em Inhotim será distribuída em três eixos: o primeiro trata sobre o ativismo da fotógrafa, o segundo, sobre as alianças entre indígenas e não-indígenas, e o terceiro, sobre a fotografia – incluindo o que significa esse tipo de imagem para diversos povos, como explica a curadora Beatriz Lemos. “E ainda como a própria fotografia caminha em paralelo com a construção de uma ideia indígena dentro da modernidade”, completa ela.

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Essa investigação sobre a imagem e a representação de pessoas indígenas ao passar do tempo, por sinal, move o trabalho de Denilson Baniwa, que desenvolvia sua obra para a mostra em Inhotim, em Boa Vista (RR), quando falou com a ELLE. “Pretendo conversar com as pessoas Ianomâmi, visitar os lugares em que elas e outros povos estão ocupando na cidade, saber como estão vivendo e, a partir daí, pensar como querem ser representados também”, disse.

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